sábado, 3 de janeiro de 2009

Irmão Turuka

Festa de junho. Mais uma vez a trezena de Santo Antônio é animada pela velha e querida banda de música. Apenas treze figuras, num esforço inaudito procurando superar deficiências, enfrentando as desajudas e a ausência saudosa de antigos companheiros que por motivos vários não responderam “presente” à convocação do glorioso padroeiro. Anotamos sentimentalmente os nomes de Miguel Rosa, Siné, Zeca Correia, José Cardoso, Oscar Nico, Pedro Ferreira Lima, Benedito Proquet, Gentil José da Silva, Vicente Cabecinha, isso para não falar em todos os artistas musicais da nossa terra.
A pobreza material dos 13 artistas não os envergonha, nem os intimida. Eles sabem que o desapreço dos que trabalham e desajudam a Lyra não pode empanar o brilho, o talento de suas execuções tipicamente campomaiorense.

Composição da Banda em junho de 1969

1º Clarinete – Sgto. Gonçalo Marques Ferreira; 1º Saxofone – Compositor Luís Correia; 1º Piston – Sgto João Sérgio Pereira da Silva; Bombardino – Antônio (Catita) Moreira[72 anos]; 1º Baixo – Sgto. Jonas Pereira da Silva; 2º Baixo – Fco. Pereira de Sousa (Chico Mocó); 1º Trompa – José Ferreira dos Santos (Zuza - Pedro Paulo); 2º Trompa - Luís Neves da Silva (Piroca!); 1º Trombone – Antônio Inácio de Loiola (Zumba); Prateleiro – Marcos de Oliveira (Boi Laranja); Tarolista – Raimundo Nonato Lima (Corrupião); Tambor – Manoel Luís dos Santos (Cabeleira); Bombo – Raimundo Cardoso de Oliveira (Vidão).

No coreto improvisado no centro da Praça Bona Primo, realçava aos nossos olhos o contentamento do Antônio Francisco Bona, dotado de maravilhoso ouvido musical, a reger com sua batuta o repertório antigo da retreta em que, como povo, ouvimos belos Dobrados, as bonitas Valsas do Major Honório , composições do maestro Godofredo, baiões alegres, marchinhas sapecas enchendo de otimismo os campomaiorenses aglomerados à frente da Matriz.
Atrás da do coreto, dezenas de banquinhas se enfileiravam para a venda do “bagulho”, do gostoso cafezinho, bolos e frutas e o apreciado frito de tripa que a Iracema vende, mais parecendo tudo isso um complemento da orquestra.
O mérito dessa alegria creditamos a Antônio Bona Neto, este músico incorrigível e fanático que apesar das derrotas nunca pode ser vencido nesta “batalha por uma Banda de Música em Campo Maior”, luta que ele ao nascer herdou de seu pai e irmãos.

NOTA: Transcrevemos a propósito do assunto, o seguinte telegrama:
“De Brasília – DF – 7107-29-1-1815.
Antônio Bona Neto – Bar Santo Antônio – Campo Maior:
“Festejamos saudosos primeira noite Santo Antônio pt Pedro executou “Última Filha”, “Vicentina de Paula”, “Impressão do Mar” et “ Saudade de Minha Terra” pt Hélio Bona, Pedro Ferreira Lima, Ismar do Vale”.

Na foto cedida pela família do Irmão Turuka, os inseparáveis amigos Antônio Músico e o articulista deste post, publicado originalmente no jornal A Luta em 08/06/1969..

Arte: João de Deus Netto

21 comentários:

Anônimo disse...

Cabecinha tinha uma batida tão forte no bumbo que tocava que uma vez a Lyra se exibia em frente ao pórtico da igreja matriz e ao fim de uma música, qando espancou seu instrumento, um garoto que estava sentado num banco em frente ao Campo Maior foi ao chão ante o riso do resto da garotada que estava por perto. Não me lembro quem era o garoto nem que tava comigo pra testemunhar... Cabecinha era o tipo do sujeito irado e com certeza batia no seu bumbo com tudo o que tinha ou não direito...

Anônimo disse...

Zan, desse ser por isso que a molecada pra se vingar inventou de chupar limão azedo na frente dos músicos. Só não tem lógica, porque os batedores de bumbo, prato e tarol não sofrem nada com isso, quando muito ficam com a boca parecendo o açude grande. Aí é que a porrada come solta no pobre couro de bode do bombo.

Anônimo disse...

Desta última formação da banda tenho na mente gravada a fisionomia de cada músico,lembro dos lindos dobrados que grande emoção sentia nos dias de alvorada.
Tenho a Partitura da linda valsa Vicentina de Paula, uma das obras primas do Major Honório.

Anônimo disse...

Tinha algum daqueles músicos que com certeza ficava puto com os garotos chupando limão na frente deles... Terminada a função iam pralgum buteco ali perto morder uma tiquira com limão...não dava outra.

Anônimo disse...

Meus conterrâneos campomaiorenses que graças a meu Deus um amigo aqui de São Paulo me orientou o blog do Neto do grande comerciante seu Dideus e figura de proa da história de Campo Maior. Tinha que ser do magrinho, cabeça grande e de uma arte sem tamanho. Vamos dar força a esse moço que agora já deve ser um snhor, pai e avô que como ele mesmo diz cidadão do mumdo mais nunca esqueceu a sua terra. O Netinho mora agora em Curitiba depois de de ser carioca um monte de ano quando eu revi um dia lá no bairro do Flamengo. O Netinho quanto mais ele se distancia, mais demonstra o amor pela Bitorocara.
Gente desculpe a empolgação, não é facil ser espulso de casa como milhares de nós, mais um dia nós vamos dar um jeito nisso.
Um abraço do tamanho dos verdes carnaubais.

Anônimo disse...

Mais um gol do Blog Bitorocara. Essa homenagem a tradicional banda de música de Campo Maior. A composição das fotos ficou parecendo com a capa do CD da banda atual. Foi o Sr. também que fez a arte do CD?
O Blog é ótimo, inclusive pra nós jóvens que não dispomos de fontes sobre a nossa história. Agora temos.

João de Deus Netto disse...

Raphael, obrigado pela força!
A capa do CD também é obra minha. Foi proposital o trabalho gráfico fazendo alusão aos atuais dias da antiga Lyra do Antônio Músico. Me achei no direito de fazer isso, porque ainda me acho no direito de propriedade desse trabalho, visto que nunca fui devidamente recompensado por ele.
Um abraço, conterrâneo!

Anônimo disse...

Morávamos em uma casa que fica ao lado do imóvel, ainda existente, onda funcionava o Novo Hotel, de propriedade do Sr. Miguelzinho e de Dona Celestina. Vizinha à nossa casa, tinha uma outra, onde os músicos se reuniam para os ensaios. De lá a banda saía em direção à Igreja, ou ao coreto, que existia na praça Rui Barbosa. Alguns meninos a seguiam, entre eles, eu. Estávamos na segunda metade da década de sessenta. Nunca esqueci esses momentos mágicos. Ainda hoje gosto de ver a banda tocando. Ela tem a "cara" do Sr. Antônio Músico. Sinceramente, espero que um dia, os nossos governantes tratem a banda, com o carinho que ela merece, e a transformem numa escola de música, onde os nossos jovens possam aprender arte, com dignidade, e ajudem a manter viva uma tradição belíssima.

Anônimo disse...

Sr. Netto quando o Sr. diz que nunca foi recompensado pela capa do CD, é que nunca lhe pagaram? O nosso prefeito, eu não sei se o Sr. conhece, é uma pessoa que é bem admirada e votada na cidade por causa dos seu negócios sérios. Se foi isso, eu acho que ninguém da prefeitura sabe. Porque o Sr. não entra em contato com alguém de lá, acredito que será atendido.

Anônimo disse...

Ricardo Reis...Agora tu se entregou na IDADE...
Tu já era jovem na metade da década de 60...hehehehehe...
Tu é velho hein!!!????
Te peguei...hehehehehehe

Anônimo disse...

Esquecí de me identificar...Francisco Macedo Júnior

Anônimo disse...

Defenderei o Ricardinho: é que o moço sempre foi precoce; super dotado(neurônios!), aos 3 anos ajudava o padre benedito nas missas em latim, quando o velho sacerdote pegava a dormir debruçado por cima Bíblia em plena missa. Enquanto isso o Joel do Miguelin, tomava uns tragos de vinho.

Anônimo disse...

Júnior, se você não lembra, jogamos petecas juntos. Bons tempos. Amigo Benedito, o único idioma que eu falava, com três anos, era o oriundo, da hoje cidade, Nossa Senhora de Nasaré. Lembro do Padre Benedito, grande figura. Benedito, obrigado por citar o nome do Joel, amigo de infância, que, infelizmente, não vejo há algum tempo. Quem sabe se um dia, cansados da luta, não retornemos, todos, à nossa Campo Maior, para, juntos, reverenciarmos a chegada de dias mais amenos.

Anônimo disse...

Ricardo, quando eu era menino tua já andava pela zona planetária...rsrsrsrs
Agora ficar sabendo de mais essa...que voce ajudava o padre Benedito nas missas em Latim.
Um grande abraço meu amigo Ricardo Reis

Anônimo disse...

O Ricardo não é velho, é que ele sempre foi precoce...

Pedro disse...

Muito Obrigado pela saudosa homenagem que você fez ao meu avô aki no seu blog o senhor Antônio Inácio de Loiola (Antonio Zumba)

Valeu

Pedro

garrinchapi disse...

Neto, rapaz, você é show de bola e mostra este campo cada vez maior.Material nota dez. Garrincha

Anônimo disse...

Quando a bandinha passava era uma festa na nossa rua. Saíamos numa tubada com o coração a mil até alcançar a última fileira, e a partir dali seguir de pertinho, ouvindo aqueles dobrados e sonhando, quem sabe um dia também eu estaria ali, tocando o “Cisne Branco”. E aos 15 ou 16 anos, eu, meu irmão Clemilson, Helvércio , Carlos Uchoa e mais uma turma de amigos do GOT, formamos a primeira Banda estudantil, que tinha o mestre Zumba como um dos regentes.

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog e por tudo de bom nele postado. Fiz uma viagem no túnel do tempo e isso massageou meu ego saudosista por completo. Sou Pedagoga, filha de Campo Maior com muito orgulho, sou casada com um baiano e moro em Salvador onde exerço minha profissão na rede estadual de ensino. Gosto da literatura de cordel. Outro dia fiz um, onde intitulei de Piauí Terra Querida. Vou deixar meu e-mail se você tiver interesse em recebê-lo via web mande pra mim o seu que te mando e se você achar que deve postar te autorizo desde já. A partir de hoje o endereço do blog já consta em meus favoritos. O endereço: mjosecoelho@uol.com.br.
Sucesso sempre!

Unknown disse...

Conheci o blog por indicação da Lúcia Araújo, e viajei no tempo. Voltei à minha velha infância. Dei boas gargalhadas e me emocionei quando me deparei com a foto da Da. Irá que eu chamava carinhosamente de mãe Irá e também com a foto da Legendária Dodó. A foto da Mônica foi D++++++++++. Parabéns!!!!!!
Meu nome é Fátima Lima para os que me conhecem em Campo Maior Fátima da Laura.

João de Deus Netto disse...

Seja bem-vinda, Fátima da Laura. Amiga, dê algumas coordenadas suas para milhares de campomaiorenses, a estas alturas, já aflitos em saber que você está chegando a bordo do nosso Bitorocara. Junte-se a nós nesta viajem no túnel do tempo.
Um abração.

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