Por Acélio Correia
Sobre JOÃO CÂNDIDO DE DEUS E SILVA, Juiz de Fora das Vilas de Campo Maior e de São João da Parnaíba, homônimo do bisavô do bitorocarense Netto Dideus, afirmam os historiadores que este magistrado foi contagiado pelas idéias libertárias dos piauienses.
No início de 1.822, portanto, antes da chegada de Fidié a Oeiras, o Juiz de Fora, Dr. JOÂO CÃNDIDO DE DEUS E SILVA, fora objeto de ataques pelo rábula campomaiorense, LOURENÇO DE ARAÚJO BARBOSA, indiscutível arauto das idéias revolucionárias em prol da Independência brasileira que deixou o palco teórico e pôs-se a fabricar e estocar pólvora à espera do embate com o Poder Lusitano. No pasquim, redigido em parceria com o padre Jerônimo José Ferreira, que circulou em Campo Maior, Barras, Piracuruca, Parnaíba e Oeiras, Lourenço Barbosa criticou a atuação do Juiz de Fora (João Cândido de Deus Silva) em face de o magistrado, em Parnaíba, ter feito preleção defendendo a Constituição Portuguesa e o Reino, ao tempo em que o rábula compomaiorense incitava o povo a imitar o exemplo dos revolucionários pernambucanos de 1.817. A atuação de Lourenço Barbosa "repercutiu na vizinha província do Maranhão, de onde, incomodadas, as autoridades alertavam que os excessos poderiam ser peniciosos ao bem público".
"O Juiz de Fora de Parnaíba e Campo Maior, Dr. João Cândido de Deus e Silva, no afã de cumprir o seu papel de magistrado e de defender a sua honra, enviou um documento datado do dia 24 de janeiro de 1822, com um pasquim anexo, informando às autoridades de Oeiras as ocorrências de Campo Maior, no qual denunciava as atividades de Lourenço de Araújo Barbosa e sua perversa doutrina. E ao final, solicitava ao Ouvidor da Comarca, em Oeiras, para tomar as providências cabíveis."
Visivelmente magoado, seis meses depois, não tendo obtido nenhuma resposta a cerca de sua denúncia, JOÃO CÂNDIDO DE DEUS E SILVA oficiou novamente às autoridades de Oeiras, estranhando a falta de providências no sentido de sindicar os implicados e, demonstrando-se desiludido, retirou a queixa. Eis aí um dadivoso presente para as lides revolucionárias, fruto da burocracia lusa em terras Oeirenses. Comenta-se que o Dr. JOÃO CÃNDIDO DE DEUS E SILVA, em razão de sua convivência com o maçon e Coronel SIMPLICIO DIAS DA SILVA, passou a simpatizar com a causa dos separatistas.
O Major Fidié, na condição de Comandante das Armas da Província do Piauí, ao perceber que o Juiz JOÃO CÃNDIDO DE DEUS E SILVA não cumprira a ordem para processar Lourenço Barbosa e outros revolucionários campomaiorenses, determina ao Major Higino Xavier Lopes para que prenda o Magistrado, porém tal prisão não se efetivou.
A prova de que o Dr. JOÃO CÃNDIDO DE DEUS E SILVA já aderira integralmente à causa separatista, por convição ou por contrariedade ao Governo de Oeiras que não o atendera no início de 1.822, quando informara ter sido desrespeitado pelo rábula Lourenço Barbosa, reside no fato de que dito Magistrado, em 25 de setembro de 1.822, fez ouvidos de mercador a um grupo de 11(onze) portugueses que lhe solicitaram providências para remoção do Comandante do Destacamento da Parnaíba, Tenente Joaquim Timóteo de Brito, sob acusação de que o militar havia aderido à causa dos separatistas. "E como o Juiz de fora, Dr. João Cândido de Deus e Silva, não desse provimento ao apelo dos portugueses, estes lavraram um veemente protesto denunciando-o, e alegando que não estavam seguros enquanto as autoridades da vila fossem brasileiras."
Para satisfação dos piauienses, um grupo de patriotas, na Vila de São João da Parnaíba, em 19 de outubro de 1.822, sem saber da ocorrência do Grito do Ipiranga, à frente dos quais o Dr. João Cândido de Deus e Silva e Simplício Dias da Silva, Capitão Domingos Dias da Silva, José Ferreira Meireles, Capitão Bernardo Antônio Saraiva, Ângelo da Costa Rosal, Bernardo de Freitas Caldas, Tenente Joaquim Timóteo de Brito, Alferes Leonardo de Carvalho Castelo Branco e padre Domingos Freitas declaram a sua adesão à causa da Independência e aclama Imperador o Príncipe D. Pedro.
Em rápidas pinceladas, eis a faceta de um Magistrado que, sem perder a dignidade, soube reconhecer o valor de uma idéia e abraçar uma causa justa e perfeita que buscava para os brasileiros os ventos da liberdade, igualdade e fratenidade.
Arte/ilustrações: Bitorocara+
22 comentários:
Não sei se estou enganada, mas lembro que há muitos anos atrás,eu estuda o primário, houve uma encenação da Batalha do Jenipapo,ainda não tinha sido feito o Monuento,mas foi um evento maravilhoso, emocionante mesmo, não sei se naquela época foi fotografado, filmado,só sei que nunca esqueci disso. Que bom seria se alguém tivesse estas imagens e assim recordaríamos de tão bons tempos.
A encenação da batalha foi filmada e fotografada. Havia um painel no monumento com algumas dessas fotos.
Que bom! washington. é que faz muito tempo que não vou visitar o monumento, por isso não sabia, mas a próxima vez que for a CMaior será uma das minhas visitas.
Só agora pude dar alguma contribuição a estas indagações de vocês. O painel fotográfico, eu lembro bem, tinha uma expressão fantástica dos soldados "portugueses" Alex (xandre), filho do protético Zuza "Correia Lima", e o outro, se não me engano, era o meu amigo Flávio Corso. Foram estes os que minha retina "fotografou" bem. O fotógrafo foi o experiente "Muller", de Teresina. Tinha também o fotógrafo Louro, também da capital. Acho que foi isso, hein, Zé Miranda? Muita coisa mudou e eu não vou ao monumento há uns 30 anos, só vejo fotos e, pelo que sei, nem o uniforme de alferes do meu bisavô cedido pela família do meu pai, Zé Dideus, existe mais.
Conheci em Teresina recentemente um filho do "Louro", fotógrafo e cineasta como o pai morto num acidente quando saltou de um avião e o paraquedas não abriu... O rapaz, que me falha o nome neste exato instante, indagado sobre o destino do filme dessa encenação, que o pai dele fez a fotografia, me disse que se ainda existir alguma cópia, deve estar na secretaria de governo do estado do Piauí.
Então deve tá lá no almoxarifado da secretaria misturado com lata de óleo de frei e virabrequim pra carro. Não leve a sério a questão memória destes lado aí não seu Zan.
Que importante seria este resgate fotográfico,mesmo estando no almoxarifado, faz parte da nossa história, da história de Cmaior. O secretário da Cultura Municipal deveria tentar encontrar este filme da encenação e guardá-lo com muito carinho. É uma sugestão.
Quem foi que te disse que eu levo alguma coisa a sério, Milton?
Zan, se tu levasse alguma coisa a sério, tu não filarias a boia na casa dos outros como diz o canalha do judilão.
ZAN, por aqui já estão fazendo uma salada pra nóis cumê, misturando banana cum laranja.
O João de Deus está certo sobre o que disse a respeito da encenação e das fotografias. A iniciativa disso foi do criativo Prof. Raimundinho Andrade. Lamentei profundamente não ter assistido a essa encenação.
Ano de Copa do Mundo, lembrei-me de outra criatividade do mestre, que era matemático, desenhista e pintor (meu professor). Por ocasião da conquista da Copa de 58 pelo Brasil, ele produziu as inconfundíveis caricaturas dos campeões, de corpo inteiro, e as fez desfilar na grande passeata da vitória.
Cheguei a ver, parece-me que no monumento mesmo, o uniforme do Alferes João Cândido de Deus e Silva. Se não existe mais, é uma pena. É o que se faz com a nossa memória artístico-cultural-histórica. Eis um exemplo.
Outra iniciativa do Prof. Raimundinho foi filmar uma apresentação dos MARUJOS (quem se lembra?), no Iate Clube. Há muitos anos vi esse filme na TV Cultura, num programa que apresentava manifestações folclóricas do Brasil.
Tuiuiu, sempre que eu tou filando uma boia por aí eu me lembro de ti e do teu clone Judilão... Hoje, por exemplo eu tou aqui me preparando pra requentar uma boia fria e me ligam pra eu ir almoçar na casa dum amigo que é deputado estadual nas horas vagas (acho que tu sabe de quem eu falo...)À tarde participei da encenação da batalha do Jenipapo, fazendo um figurante com um facão na mão, morrendo e virando herói da batalha do Jenipapo. Na volta a produção do evento levou todo mundo pra jantar às custas do contribuinte na churrascaria Cervejão... Amanhã eu já tenho convite pra almoçar e jantar... Essa praga que tu e o Judilão me jogaram, funciona em sentido contrário... pode continuar me chamando de Zanfilão, porque além de eu raramente gastar com almoço e janta aqui, tou ficando gordo que nem aquela dupla de irmãos da foto que ainda tá por aí num post desses... não é moleza viver às custas dos outros, caras...
Zanfilão...
Judilão...
Cervejão...
jenipapão...
abestadão
fulerão...
otarião...
E tu ainda quer ter razão
Zanzão...
rabudeburrão...
Tuiuiú, desconfio que tu só pode é ser apaixonado pelo Zan,parece coisa de bicha enrrustida, larga o cara meu.
Tá cum ciume?
Cara ciume mesmo não é não,mas ta dando na vista essa tua queda pelo Zanzão, te decide. E não vem pra cá com sessa onda,não quero nada com o teu pretenso bofe. Agora aproveita e diz tu ta querendo é só ficar, ou é coisa mais séria.
Tá cum ciume mermo...kkkkkkkkkkk
Ficou neuvoso?
Sei não.
Esta matéria aqui era pra ser comentada, no mínimo por estudantes de todos os níveis, visto também que a cidade dispões de um campus da Universidade Estadual dom um curso, vejam os senhres, de História, Dá prá acreditar? No entanto, olhem só que bobagens, temos por aqui, e com réplicas e tréplicas de senhores pais de famílias, avôs e muitas vezes com até algum conceito intelectual. Isso aqui, em termos de mau gosto, ganha longe das bobagens inocentes típicas de hora do recreio nos colégios do nosso tempo, em todo canto do Brasil. Acho que em parte, os verdadeiros donos do pedaço ou não querem entrar com medo de se envolver nessa baixaria, ou eles não têm mesmo o que falar do que aprendem nesta Universidade, ou é puro comodismo que gera omissão cultural. Tenho acompanhado este blog há mais de ano, independente deste monte de besteiras, por causa da criatividade e do conteúdo proporcionado por quem faz, no caso o moço campomaiornese que de tão longe ainda se dedica a nos presentear com tão interessante leitura É uma pena Sr. Netto de Deus, que sua brilhante iniciativa esteja sendo desperdiçada. Continue, mesmo assim, quem sabe um dia essa gente amadureça.
Valdir,
Tu escreveu, escreveu e num dixe nada com nada.
Fica mermo em Sun Paulo.
Não adianta Valdir, o vermes continuam rastejando,é uma necessidade que eles tem.
Bom dia João de Deus Neto, quem escreve é o Professor e engenheiro geógrafo Ademar da Silva Campos neto de Raimundo Evangelista de Deus e Silva(advogado, delegado e promotor do Pará) já falecido e neto de João Cândido de Deus e Silva. É com satisfação que escrevo estas linhas no afã de podermos nos contatar para tentarmos evidenciar uma completa biografia de seu bisavô e meu tataravô. Meu zap se lhe interessar é: 91 991130292, aguardo seu contato.
Boa noite...Sou tataraneta de João Candido de Deus e Silva, irmã do Prof. Ademar da Silva Campos, que fez o comentário a cima. Tenho muito interesse em conhecer a história. Estou muito feliz de lê um pouco sobre meu tataravô.
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