segunda-feira, 12 de abril de 2010

Resumo Biográfico...


ANTONIO DA COSTA ARAÚJO FILHO: nasceu no dia 29 de dezembro de 1874, na Fazenda Quilombo, Município de Altos, Estado do Piauí, filho legítimo de Antonio da Costa Araújo e Angélica Borges de Lemos, caçador, fazendeiro, Cel. do Exército, de famílias aristocráticas piauienses com atuação de destaque na vida política e econômica do Piauí.

Iniciou estudos na Escola do Professor Antonio José da Costa, na cidade de Campo Maior-PI, tendo como professores o senhor Antonio José da Costa Júnior e o Padre Fábio José da Costa. Enviado para Teresina para prosseguir os estudos, onde prestou exames preparatórios no Colégio de João Costa com aprovação em português e francês, no Liceu Piauiense, iniciou o curso secundário em 1888, nas cadeiras de geografia, inglês e matemática. Ingressou no Exército em 18 de fevereiro de 1893, primeiro como adito (por falta de vaga na Escola Militar do Ceará), passando a ser efetivo alguns meses depois, na Escola Militar do Ceará. Em 15 de dezembro de 1899, casou-se em Teresina com a Srta. Clotilde Rosa da Paz, do casal conta os seguintes filhos: Ariovaldo, Lineu, Erina, Zilda, Manoel e Angélica.
Costa Araújo concluiu o Curso Geral da Escola Militar do Brasil, em 04 de março de 1903, recebendo a confirmação da patente de Alferes em 11 de setembro do mesmo ano; Ao concluir o Curso Especial do Estado Maior da Escola de Artilharia e Engenharia em 15 de janeiro de 1907, com os galões de 1º Tenente foi destacado para o Rio Grande do Sul, em seguida para a Praia Vermelha onde foi expulso das fileiras do Exército por ter prestado solidariedade aos colegas de farda, colocando-se contra a obrigatoriedade da vacinação exigida por Lauro Sodré, voltou então para o Piauí, pois lhe faltava a convivência familiar. Como engenheiro militar e bacharel em matemática e ciências físicas, já com a patente de 2º Tenente, em 08 de outubro de 1908 foi distinguido por convite para fazer um curso de práticas especiais na França, mas preferiu retornar para o Piauí, onde nesse ano foi destacado como um dos engenheiros, para fazer o levantamento ferroviário.
Artur Bernardes era o Presidente do Brasil no período de 1922 a 1926. O Capitão Costa Araújo Filho, recebe a patente de Major em 12 de setembro de 1923. Por ocasião do cerco de Teresina pela lendária Coluna Prestes, talando o Piauí no Governo de Matias Olímpio: no ano de 1925, o Major Costa Araújo, exercia o 2º mandato como Deputado Estadual. O então Governador Matias Olimpio, enviou seu secretário José Auto de Abreu com a função de colocar a disposição do Major tudo que fosse necessário para minimizar os riscos de tamanho desprendimento.
“Sobre o episódio o escritor José Auto de Abreu, fez o seguinte relato: Rumei para a casa de Costa Araújo, no Alto da Moderação, nas proximidades do Colégio Demóstenes Avelino, encontrei Costa Araújo já descendo a Rua do Fio (hoje Coelho Rodrigues), onde o mesmo morava, se encaminhando para o vapor “Piauí”, estacionado na rampa do Rio Parnaíba. Ia a pé, assobiando, gingando corajosamente despreocupado. Um caboclo o acompanhava conduzindo a sua mala. Fí-lo parar e falei; Seu Costa, o Matias manda lhe perguntar do que você necessita; Ele me interrompeu, e sorrindo respondeu; Uê, sô, quando se vai para uma guerra agente só precisa de coragem...”, e sorrindo continuou o seu caminho, que bem poderia ser o de uma viagem sem volta.
Uma ocasião o Major Costa Araújo e um praça das forças governista faziam uma espécie de ronda na localidade areias, zona rural ao sul de Teresina, quando surge então à presença de uma figura imponente “um homem de porte varonil”, vestindo uma camisa branca, bombachas, lenço vermelho, cinto largo e chapéu; o homem então vendo a aproximação de um oficial, tentou evadir-se do local, foi quando o soltado engatilhou o fuzil para disparar contra o homem posicionado poucos metros adiante, mais foi impedido pelo Major Costa Araújo que deu voz de prisão, diante desse ato, o homem joga no chão o revolver e o punhal que trazia no cinto e ao ser questionado pelo Major, identifica-se em voz alta; "Sou Juarez Távora e me entrego prisioneiro!".
Durante sua carreira militar, só participou de movimentos legalistas.
Contraindo segunda núpcias com Dona Jovelina Alves de Araújo, o casal teve dois filhos, Antonio Alves da Costa Araújo e Áurea da Costa Araújo.
Considerava as instituições republicanas como o acontecimento mais importante de nossa História Pátria, conforme Costa Araújo, a Proclamação da República obedeceu a planos objetivos, já que o Império funcionava como uma democracia coroada, pois os partidos políticos não tinham garantias com o resultado das urnas, nem os candidatos tinham a certeza de receber o mandato popular.
Nesta linha de pensamento, considerava o analfabetismo como o principal problema do Brasil; conhecedor do sertão, onde o homem ignora completamente seus direitos e deveres, onde o lavrador não sabe marcar os dias de plantio pelo calendário, onde o fazendeiro soma os bezerros pela ponta dos dedos, onde recados substituem as cartas e os bilhetes, o Coronel Antonio da Costa Araújo Filho, cita a educação como o ponto de partida para o progresso do Pais.
Antonio da Costa Araújo Filho, faleceu em Teresina em 1966.

O lendário, então, Tenente Juarez do Nascimento Fernandes Távora, um dos líderes da Coluna Prestes que visava acabar com as oligarquias pelos cantões do Brasil, espalhando a noção de cidadania aos isolados brasileiros reféns do vigente “coronelismo” de patente comprada. Juarez era cearense do município de Jaguaribemirim, atual Jaguaribe, Ceará. Anos mais tarde passou a apoiar tudo aquilo que combatia quando jovem, como por exemplo, derrubada golpista/militar do presidente eleito pela maioria do povo brasileiro, Jango Goulart.

8 comentários:

Socorrinha Rufino disse...

João de Deus Neto,

Ainda bem que nunca é tarde para a gente descobrir que coisas boas estão acontecendo, pricipalmente porque existem pessoas inteligentes e dedicadas como você. Parabens pelo trabalho de resgatar a história de pessoas que, de alguma forma, construíram a cidade. Costa Araújo certamente foi um grande homen. Chamou-me a atenção, principalmente, os seus ideais sobre a educação. Tenho acompanhado (desde o dia em que um amigo ma falou para ver as fotos em que eu aparecia no blog) os comentários dos campomaiorenses, muitos deles conhecidos e amigos dos meus tempos de ginásio e tive certeza de que alguns lembram de mim, já que me reconheceram em fotos. Mas o melhor de tudo foi que descobri por onde anda a minha querida amiga Gracinha Torres! Aí pertinho de você em Curitiba. Alô amiga, e amigos, meu e-mail: maria.rufino2008@yahoo.com.br.
Abraços

João de Deus Netto disse...

Socorrinha, precisa de ver a alegria que fico quando estou fazendo postagens no Bitorocara!
Nosso Baú (Bitorocara+Museudo PauloBonaAndrade)está lotado. Tenho outras raridades do Mundico Belchior, Rui(Mamede)Lima, Helmo, Erivan; meu avô Dedeus da mercearia, cedidas pela Altair (Tatá), Alaila, Alvanira... E agora, se esqueci de alguém? Podem mandar, faremos o maior número de resgate histórico recente, sobre Campo Maior! Comentários serão sempre Bem-vindos e até aproveitados em postagens na "primeira capa".
Obrigado pela força, Socorrinha.

José Miranda Filho disse...

Fazendo uma pequena correção ao texto, permito-me informar que o Cel. Antônio da Costa Araújo Filho era campo-maiorense, e não altoense. No ano de 1874, quando ele nasceu, as terras do atual município de Altos integravam o território da Vila de Campo Maior. Somente em 1922, a Capital da Manga alcançou autonomia. Portanto, a Fazenda Quilombo situava-se em nosso município.
Pois é, Socorrinha Rufino, apesar da rica biografia desse ilustre conterrâneo, cujos feitos você enalteceu, ele ainda não teve o reconhecimento do Poder Público de Campo Maior. Nenhuma homenagem lhe é prestada. Não sei se isso se deve à ideia de que "Cel. Antônio da Costa Araújo" já é nome de uma rua (a que passa pelo antigo Ginásio Santo Antônio, cortando a Rua Antonino Freire). Talvez possam supor que seja o Costa Araújo Filho. Mas não é, o outro é pai deste: Cel. Antônio da Costa Araújo dito Segundo, em razão de um homônimo, dito Primeiro, que, ainda adolescente, integrou as forças independentes na Batalha do Jenipapo. Mas a falta de homenagem ao Araújo Filho pode ser também desinteresse de quem competiu e compete hoje fazê-lo. Muitas outras homenagens do gênero estão por esperar uma iniciativa. A bem da verdade.

wehrner disse...

joaõ de deus neto, fiquei muito feliz em ver que gente como você se preocupa em resgatar a nossa história, sou neto do cel. costa araujo, filho do conceituado advogado antonio alves da costa araujo, minha avó, jovelina alves de araujo, ainda está viva, e todos os relatos tercidos por você é a mais pura cristalina verdade dos fatos, meu nome é wehrner costa araujo, meu imail: wehrner_costaraujo@hotmail.com

José Miranda Filho disse...

Wehrner, foi bom saber de você, porque, sinceramente, não o conhecia. Mas, como informou o seu endereço eletrônico, me comunicarei com você por intermédio dele, certo? Então, ao ver o meu nome - aí acima e no comentário anterior -, não estranhe, não receie, pode abrir.
Abraço.

Anônimo disse...

Olá, meu nome é Bruna e sou bisneta do Cel. Antônio da Costa Araújo e de Jovelina Alves de Araújo, fiquei muito emocionada ao ver a postagem no blog sobre a história da nossa família. A Mãe Jove (Jovelina Alves de Araújo) está viva e mora com meus pais em Teresina, eu ,atualmente, estou morando em Porto Alegre. Seria de grande prazer ter contato com pessoas que pertenceram a família e conheceram a história do meu bisavô.
Meu email é engbrca@yahoo.com.br , fico aguardando o contato de vocês.
Estou muito feliz de tê-los encontrado.

Heldo disse...

J. Netto, você pode me informar a fonte desta biografia?

Anônimo disse...

Linda memória do meu bisavô. Sou o único maçom da família após o coronel. Sinto-me agradecido pelas distintas homenagens à história da minha família.

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