José Miranda Filho
Recordo com muita saudade a ponte do Surubim, não a atual, de cimento armado, mas a bucólica, de madeira. Nunca aprendi a nadar, mas brinquei muitas vezes nas ribanceiras do rio, no Sítio São José, nas proximidades da ponte, do Sítio São José, com o ZAN, meu irmão Icade e vários outros amigos. Na estação invernosa, corríamos para admirar a imensidão d'água e os meninos pulando de cima da ponte na perigosa correnteza. Do mercado, suas bancas de carnes, lojas, mercearias, quitandas, onde fazia compras a mandado dos velhos de casa. A praça ao seu redor, com as barracas, a torre do relógio, o posto de gasolina em cuja cobertura se apresentou o rei do baião, Luiz Lua Gonzaga, Casa Inglesa, Casa Marc Jacob, Importadora Zepaulino. O mercado de frutas foi construído pelo prefeito Waldeck Bona. Sobre o outro mercado e a primeira ponte do Surubim, lemos da pena de Reginaldo Gonçalves de Lemos: "Durante a gestão do Major Lula (Luiz Rodrigues de Miranda), registraram-se as seguintes realizações e acontecimentos: construção do mercado público municipal (local da atual Prefeitura), inaugurado em 1923 e que durante quase meio século serviu aos campomaiorenses (...); deu início ao projeto para a construção da ponte sobre o rio Surubim (passagem de Flores)."
8 comentários:
Eu sou tão velho, mas tão velho, que ainda andei por cima daquela ponte do surubim, quando ela era de madeira... morria de medo de passar por ali, quando criança... Hoje o medo que dá é de se passar ali de noite porque dizem que há sempre alguém cobrando uma espécie de pedágio aos incautos que se aventuram... dizem que até de moto é perigoso passar ali... há quarenta anos eu passava de bicicleta diariamente por ali altas horas pra ir dormir numa casa mal-assombrada que aluguei no Alto da Santa Rita...
Vista de longe, aquela tua casa, ZAN, já dava plena impressão de que se tratava de casa mal-assombrada, perfeito cenário de filmes que, hoje, são chamados "de terror", e que, naqueles tempos, eram "de assombração, de alma, de fantasma, de visagem". Os protagonistas - eram dois - o Pinuca e o Alfredo Ibiapina. As mocinhas (fortuitas, eventuais), nunca foram do meu conhecimento...
Falando agora sério, recordo com muita saudade a ponte do Surubim, não a atual, de cimento armado, mas a bucólica, de madeira. Nunca aprendi a nadar, mas brinquei muitas vezes nas ribanceiras do rio, no Sítio São José, nas proximidades da ponte, do Sítio São José, com o ZAN, meu irmão Icade e vários outros amigos. Na estação invernosa, corríamos para admirar a imensidão d'água e os meninos pulando de cima da ponte na perigosa correnteza. Do mercado, suas bancas de carnes, lojas, mercearias, quitandas, onde fazia compras a mandado dos velhos de casa. A praça ao seu redor, com as barracas, a torre do relógio, o posto de gasolina em cuja cobertura se apresentou o rei do baião, Luiz Lua Gonzaga, Casa Inglesa, Casa Marc Jacob, Importadora Zepaulino. O mercado de frutas foi construído pelo prefeito Waldeck Bona. Sobre o outro mercado e a primeira ponte do Surubim, lemos da pena de Reginaldo Gonçalves de Lemos: "Durante a gestão do Major Lula (Luiz Rodrigues de Miranda), registraram-se as seguintes realizações e acontecimentos: construção do mercado público municipal (local da atual Prefeitura), inaugurado em 1923 e que durante quase meio século serviu aos campomaiorenses (...); deu início ao projeto para a construção da ponte sobre o rio Surubim (passagem de Flores)."
Naquele tempo, meu caro zémiranda, 1970, portanto há quarenta anos, eu gostava de andar de bicicleta ali por aqueles morros e um dia me deparei com a tal casa mal-assombrada; percebendo que a casa esta desocupada procurei me informar de quem era com o pessoal que morava nuns casebres ao lado dela; uma dessas pessoas me deu as informações que eu queria e foi atrás do dono, que tinha sumido prum interior por conta de dívidas que não conseguira pagar na Casa Inglesa, tendo isso lhe tomado um dia ou dois; esse cidadão veio a se tornar meu vizinho mais chegado e que aparecia diariamente para um dedo de prosa na porta da casa, seu nome devia ser Deusdete mas era conhecido como Deti e provavelmente deve ter morrido; fiquei lá uns meses morando sozinho até que um dia o meu amigo Alfredo Ibiapina apareceu por lá dizendo que tinha brigado em casa e ia passar uns dias comigo; ficou mais do que uns meses porque a experiência de morar numa casa sozinho num ermo daqueles, sem luz nem água, era coisa pra maluco... O Alfredo também não era propriamente um cara que se pudesse dizer que era normal rs rs rs... eu confesso aqui só pra vocês que eu era espírita na época, mas morria de medo de alma... rs rs rs... bom, o Alfredo era um cara namorador e eu nessa época vivia uma espécie de quarentena sexual que durou uns dois ou tres anos... ele era aluno e eu professor no colégio estadual; a gente saia do colégio, recém inaugurado aqui pertinho onde eu moro e quando a gente passava ali pela rua Santo Antonio eram quase onze horas e a luz apagava antes das doze... um dia ele me convidou pra conhecer uma mulher muito bonita que fazia ponto num daqueles bordéis da zona planetária... eu tinha na época uma bela reputação de ser um cara que não bebia, não fumava, nem muito menos frequentava bordéis... mas aquela escuridão foi o álibi para em pouco aquela parada antes de descer ali pela Bona Primo e depois subir o morro da Santa Rita
João, meu obrigado pela sua gentileza em colocar meu modesto comentário em posição de destaque na sua matéria, que reúne, no meu interior, uma visão cinematográfica desse local (mercados e praças) da minha infância, adolescência, juventude e muita saudade daqueles tempos e das pessoas que, durante eles, fizeram parte da minha vida.
ZAN, não quer verificar se a velha casa ainda está de pé? A "Santa Rita" tornou-se um local bastante habitado, de modo que se transformou em bairro. E aqueles campos estão hoje ocupados por muitas casas. Eu me recordo daquele dia que passamos lá; almoçamos o que mesmo? Realizamos uma pelada sobre o capim verde (estávamos no inverno). Todo aquele estimado pessoal que compunha o saudoso Clube Lítero-Cultural Campomaiorense. Foi um dia bem legal, inesquecível.
Rapaz, a casa foi demolida há muitos anos e hoje não há o menor vestígio dela... já andei por ali e não encontrei nada que lembrasse o que foi aquilo ali... Pois é, o Clube Lítero-Cultural Campomaiorense foi o embrião do grupo que durante o ano de 1970 se encarregou de fazer o jornal A Luta, e aquela reunião consolidou a nossa disposição de fazer o jornal. Daquele grupo, morando aqui só eu, o ZéBranco e a Jesus Araújo, sendo que o ZéBranco mora numa fazenda aqui por perto e quase não vejo. Ernani, Áurea Paz, Teresinha, Antonio Evandro, Jesus Paz, Albuquerque, quem mais...? esse povo mora todo aí em Teresina... Tá na hora de fazer uma convocação para um reencontro, antes que a gente comece a morrer, que é que tu acha?
Que pena, ZAN; a casa que faz parte da história do grande ZAN teria que ser preservada. Como faltam, em nossa cidade, cuidados com a riqueza cultural, patrimonial! Supõem que estou brincando? De jeito nenhum; é isso mesmo que estou dizendo. O progresso põe no chão o que não deve merecer tal destino. A casa mal-assombrada do ZAN não merecia; o próprio ZAN não o merecia.
Muitas saudades tenho do Clube Lítero-Cultural Campomaiorense, do jornal A Luta, daquela etapa marcante, inesquecível da minha existência, de todos que dela fizeram parte. Quero bem a todos, especialmente, como é de se esperar, do grupo feminino, alguma(s) de modo particular. Recordo aqui, que ficaram omissos, por esquecimento, da tua lista acima, Aurino, Dilson Trindade, Carlinhos Sousa... E agora sou eu quem pergunta: quem mais?
Legal a ideia de se reunir todo esse pessoal. De que forma providenciar isso? Reencontremo-nos antes que nos acabemos!
O Dilson eu andei me envolvendo com ele na feitura duma revista de turismo que eu não sei se ele tocou depois do terceiro número, com o Aurino troco sempre e-mails e ele tem aparecido aqui de vez em quando pra conversar... Carlinhos Sousa, não lembro, me ajuda aí...
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