quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vale a pena ler de novo....

(clique na praça)
Praça localizada atás da Catedral de Santo Antônio. Durante décadas o local foi palco de comícios, reuniões e até desenlace fatal, onde se decidiam os rumos administrativos e político do município, entre os adeptos do senador Sigefredo Pacheco, Waldeck Bona, Yvon Pacheco e outros poderosos caciques e personalidades de Campo Maior e do Estado. Na primeira metade dos anos 60, eu menino, assisti de camarote, ou melhor, do segundo andar do sobrado/residência da família do Sr. Décio Bastos, alguns desses disputados e acirrados comícios, na companhia dos filhos do casal que eram amigos da minha idade; apreciávamos tudo, desprovidos de qualquer tipo de ideologia ou filiação partidária, claro! Bonito mesmo era a folia, a multidão, e o fato de estarmos lá nas “altura”! Mais alto do que os políticos e seus fiéis adeptos.

Restaurante Eldorado, Expresso de Luxo, Marimba, Petisqueira, Bar do Antônio Músico, Novo Hotel, Cine Glória (depois, Nazaré); Bar do Zé Sudário, amigo do meu pai, no térreo do sobrado vizinho, na esquina do quadrilátero; a amplificadora que animava com os sucessos musicais da época, entremeados de recados, nas noitadas da apaixonada praça, antes da sessão de cinema: “A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa...!”. Minha tia Socorro Passos, irmã do Milton operador do cinema, desabrochando a flor da verdadeira melhor idade, muito antes de se tornar enfermeira, ficava me enrolando com qualquer caramelo garoto, “piper”, mode trocar olhares e até audaciosos piscares de olhos com o rapaz que vinha na direção contrária da imensa ciranda que era hormônio puro! O “licute” era o estopim pra coisa explodir gerando muitos dos pais e avós de filhos ou netos que por ventura estejam lendo “essas mal traçadas linhas” sem nenhum cheiro de perfume.

Tomado de muita lembrança, olhando uma foto dos anos 30; distante cerca de 3.884km do epicentro da “abandonada” praça, resolvi fazer companhia a ela; me sentar com ela, no meio dela; nem que fosse preciso atravessar um “túnel do tempo” e desenhá-la bonita tal qual foi construída no início do século passado. Parece que foi “hontem”...

Pena que demoliram o bonito coreto. Nada não, hoje só serviria para os malas consumirem drogas ou partilharem os lucros dos crimes.

A praça era do povo.

 “Chegará o dia em que as pessoas sentirão vergonha de serem honestas...”, Assim profetizou Rui Barbosa.

Nota: Postagem de 2008 anunciando que estou ocupadaço. Mês que vem tem aniversário da cidade.

  

10 comentários:

Josias Bona disse...

Hoje, Neto voçê fez minhas lembranças voltarem ao passado, do tempo bom, de coisas maravilhosas como era bom o nosso Campo Maior,passei minha infancia nesta bela praça.

Conchi Saraiva disse...

Nossa Neto, eu viví aí alguns tempos com meus pais, esta praça me traz boas recordaçoes, gostei, legal!

Emília Bandeira disse...

Muito legal suas lembranças com riqueza de detalhes de nossa inesquecível cidade de décadas passadas... passa um filme em minha cabeça.... Valeu!!!

Elusa Rocha disse...

Lembraça boa... saúdades, tempo bom ñ volta mais............

Simão Pedro disse...

Minha praça,minha história... minha vida passa por essa praça... alegrias e tristezas,imensa saudade...Somos os últimos dos moicanos,resistentes, sobreviventes, felizes simplesmente.

Ana Lucia disse...

A praça Rui Barbosa, Petisqueira, Sorveteria do Sr. Décio, Cine Nazaré, Campo Maior Club e Igreja Santo AntÔnio, são lembranças maravilhosas de minha infância e juventude. Eita tempo bom! Saudades!

Estácio disse...

Rapaz, eu quero saber é se o meu pai nao jogava em nenum dos times de campo maior, ou se só jagava copo. o nome dele? Antonio Carlos de Melo, filho do Estácio Melo.

João de Deus Netto disse...

Áurea, fisguei essa mensagem pra você, láááá do fundo do túnel do tempo do Bitorocara...

"Meu pai trabalhou na casa de seu aderson dos 7 aos 17 anos,me conta historias do dia dia daquela casa,como o leite que ele vendia ,o qual ele só podia entregar depois que seu aderson saia para o bar do antonio músico,o dinheiro desta venda era entregue a d. aurea".

Ari Cordeiro

Matilde Lopes - Conj. Renacensa disse...

Eita que a igreja dos padre exagerou. Botaram uma santa da fábrica deles lá na cracolandia de São Paulo e com o nome de Nossa Senhora do Crack. Adivinha o que foi que sucedeu com danisca? Não é desse jeito que vai parar de sair gente da igreja não. Não ver em Campo Maior a terra que já foi tão católica. E quando o povo dar as costa e vai se embora dos festejos as missa fica entregue pras alma.

Marcelo Bona disse...

Quem foi Rei sempre será Magestade!

Parabéns Nettão, e muito obrigado por devolver a muitos de nós as lembranças de um passado não muito distante, que ficam guardadas lá no fundo da alma esperando alguém cutucar!
Realmente,o cara, É VOCÊ!
Grande e forte abraço mano velho!

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