quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A, S, D, F, G... Professora Edimê?!

Para a professora Edimê, não importava o formato do teclado.

Saber e ter prática em "escrever à máquina" era fator imprescindível para se conseguir um bom emprego.
Sabendo disso, os pais dos anos 60 faziam a garotada entrar num "CURSO DE DATILOGRAFIA" (que entrou em extinção com a chegada dos computadores). Era, mais ou menos, como o curso de digitação de hoje, que poucos fazem.
Os "formandos" tinham direito, até, ao recebimento solene do certificado de conclusão (que era recebido com muito orgulho, embora não tivesse nenhuma utilidade prática).

Só após decorar os dedos corretos para cada tecla é que começava a aula com a máquina (geralmente bastante usada). Existiam algumas "regrinhas" para seguir: não olhar para o teclado; cotovelos ao lado do corpo; mãos ligeiramente levantadas sobre o teclado; dedos indicativos sobre as letras "f" e "j" e algumas outras.
Mas, existiam aqueles "iluminados" autodidatas  que aprendiam sozinhos, bastando uma máquina (quase sempre emprestada), um método, papel e muita (mas muita mesmo!) vontade e disciplina.

Máquina de escrever Lexicon - Anos 50

Texto por B.L.Camargo...
Foto: MuseudoPaulo&Bitorocara



9 comentários:

Horácio Lima disse...

Fiz este Curso de Datilografia com a professora Edimê que me fez fazer uma viagem rápida ao passado. Era quase uma obrigação ter esta habilidade como bem frisa o colega no texto para tentar um emprego ou passar em concursos principalmente o do concorrido Banco do Brasil. Quando cheguei em SP em 73 já tinha noção como decifrar os teclados da velha esquecida máquina de escrever Olivetti, não tive dificuldades graças ao aprendizado da saudadosa e paciente professora, boas lembranças, boas recordações.


sp, 14/09/11

zanzando na rede disse...

Ainda hoje sou um razoável digitador graças às aulas de "tilografia", como dizia o povão na época, da escola da D. Edmée, uma dama educadíssima, sempre elegante e bem arrumada, em qualquer hora do dia que se via ela ali pela porta da casa dela, com seu marido Nelson e seu casal de filhos. Lembro-me até do horário que eu fazia a minha hora de aula, 3 da tarde, calor de rachar, máquinas meio pré-históricas, depois de tres quatro meses, eu me habilitara a conseguir um emprego na prefeitura, como datilógrafo, em 1967 e tirar uma nota que me ajudou a passar no concurso do Banco do Brasil em 1971. O pessoal da minha geração e das que me antecederam devem isso à Da. Edmée, onde ela estiver...

zanzando na rede disse...

O ano em que aprendi "tilogafia" com a Da. Edmée foi o de 1966, época da Copa do Mundo, em que o Brasil fez a pior campanha em Copas, perdendo para a Hungria e Portugal. Os jogos eram na hora da aula e eu me poupava de ver o sofrimento da seleção canarinha dando vexame, com Garrincha, Pelé, Gilmar, Orlando, entre outros novatos, como Manga, Rildo, Alcino, Gerson, entre outros...

Antonio de Souza - De Cuiabá disse...

Eu também faço parte da turma da nostalgia, aí em cima (Horácio, Zan...). Frequentei a escola da dona Edimê, mas, antes mesmo de concluir o curso de datilografia e receber o pomposo diploma, abandonei as aulas. Motivo: já estava craque e nem um pouco preocupado com o "asdfg,hjklç". Virei "dedógrafo".
Quando vim para Cuiabá, em 1976, não escontrei nenhuma dificuldade para começar a trabalhar em jornal. No Diário de Cuiabá, onde dei meus primeiros passos, como revisor de texto, até chegar a Diretor de Redação(nesse meio tempo, me formei), tive a chance de me aperfeiçoar numa Remington, depois noutras máquinas cujas marcas eu nem lembro mais. Moral da história: devo à ilustre professora uma considerável parte do meu sucesso profissional, digamos assim. Apesar de ter abandonado a escola.

João Claudio Moreno disse...

Netto vc é o cara que fez minha caricatura?
Não te conheco mas queria conhecer.
Esse seu blog e agora a rádio, vc é a melhor coisa que tem na internet
Sou fregues da rádio do blog e de tudo o que vc faz
Incrivel! Não tenho palvras pra elogiar

Fatima Paz disse...

Frequentei a escola da madrinha Edimê, mas tendo aulas de acordeon, onde aprendi a torcar PARABÉNS!!! Saudades.

José Miranda Filho disse...

Fiz apenas três meses de curso de datilografia, e a Dona Edimê me mandou logo pra casa. "Não precisa vir mais não, menino; está ótimo, foi um excelente aluno". Saí todo cheio de mim. Era como se houvesse concluído um curso superior. Mas logo no primeiro dia de aprendizagem, estranhara a máquina que ela me indicara, antiguinha que só. Observando que tive dificuldades com a máquina, me informou: "Essa aí pertenceu a seu avô." Taí a explicação da dificuldade: velhice da máquina. Tive muito desejo de fazer também o curso de sanfona - pra mim, sempre, o instrumento musical mais bonito -, mas não deu, infelizmente.

João de Deus Netto disse...

Zé, já na casa dos Corintos Brasil, a moçada aprendia "sonfona" por osmose...quááá!!!! Violão, também!
É cada um com seu cada qual, não tem jeito.

José Miranda Filho disse...

É, João, os Corintos Brasil são artistas de primeira, uns "cobras". Profissionais. Tendo adquirido dois teclados (musicais), fui conseguindo um dedilhado. Já não os possuo mais. Assopro um instrumento muito modesto, simples - uma tal de flauta doce -, de que já deve ter ouvido falar, pois não? Mas só o faço domesticamente, para minha distração, diminuição do velho estresse de guerra.

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