sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO, BITOROCARA ATUALIZANDO OS PONTEIROS...

DAS SUTILEZAS DO CALENDÁRIO CRISTÃO


A CELEBRAÇÃO DO ANO NOVO É UMA CONVENÇÃO ARBITRÁRIA, MAS O QUE IMPORTA AO SE ESVAIR O 31 DE DEZEMBRO É RECEBER UM ABRAÇO SINCERO


André Cunha é jornalista e pesquisador 


O Cristianismo é apenas um dos legados da civilização ocidental, por isso alguns mais escrupulosos preferem dizer que estamos nos fins de 2011 da Era Comum, e não da Era Cristã. Todavia, alguém mais escrupuloso ainda poderia lembrar que tal truque conceitual não passa de um eufemismo pra dar um aspecto laico ao critério que usamos pra contar o tempo, já que ponto de referência acaba sendo o mesmo: o nascimento de Cristo. 
De qualquer forma, as siglas A.C e D.C costumam prevalecer nos livros e manuais de história, lembrando que foi a Sua vinda o marco zero de uma Nova Era: O ano 1. Ou ano 0? Existe uma adorável polêmica historiográfica a esse respeito (o número “zero” só chegou tardiamente à Europa), e se formos chatos com as palavras, pode-se chegar à conclusão de que estamos em vias de entrar em 1982. Sim, porque “Cristo” quer dizer “O Ungido”, que pode ser traduzido como “O batizado.” Até um ignorante como eu sabe que Jesus de Nazaré só foi batizado aos 30 anos, portanto foi aí que tornou-se “Cristo”, e não quando nasceu.
Essa é apenas mais uma das artimanhas do calendário, esse quebra-cabeça teórico que há milênios tenta alinhar o tempo dos seres humanos com os ciclos de rotação da lua em torno da Terra e da Terra em torno do sol (que, suponho, deve orbitar em torno de alguma coisa). O calendário ocidental a que estamos submetidos, e que é adotado pela ONU, não deixa de ter um poder simbólico sobre o resto do mundo. Mas isso não faz dele mais ou menos exato do que do que outras variantes que existem e/ou existiram no planeta. O calendário Maia, que dizem ser bem preciso, tem vivido os seus momentos de fama, mas sinto desapontá-lo se você acredita que em breve veremos o fim do mundo. 
CONTINUAÇÃO em breve.
Caricatura Papa Gregório: João de Deus Netto -BitorocaraBlog

3 comentários:

João de Deus Netto disse...

André Cunha não é piauiense, mas é um gente boa talentoso que conheci recentemente. Escreve, e muito bem, principalmente quando se trata de um assunto tão melindroso e complicado como este que postei aqui.
Teremos um, literalmente. novo Bitorocara, única forma de não parar de vez o relógio do blog.

zanzando na rede disse...

Ano Novo é uma bela idéia para mudar o que a gente acha que pode mudar, na vida da gente e da comunidade onde a gente vive... Estou aproveitando esta calma manhã depois de passar a noite tentando dormir ouvindo toneladas de decibéis de um som que zuaram a noite inteira até às sete da manhã aqui na vizinhança... É momento de fazermos balanços sobre o que mudar o que não mudar... Cada um é que sabe disso, mas pra quem não virou a virada enxendo a cara (nada contra quem fez isso, claro...) como eu, daqui pra amanhã vou ver na prática, como é que vou começar a fazer isso...o ano novo de fato começa amanhã e amanhã é que de fato, vai ser mesmo outro dia e outro ano...

Moacir Ximenes disse...

Concordo com o artigo de André Cunha, a peleja historiográfica é boa e ha muitas também, sobre o natal. Eis que são boas épocas/datas para enfeites de discursos e poesias e movimentações comerciais. Podendo aí ser o(s) lado(s) bom(ns) da coisa.

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