terça-feira, 14 de julho de 2009

NOSSA HISTÓRIA

A COLUNA PRESTES EM CAMPO MAIOR
Marcos Vasconcelos

Essas épocas passadas da infância profunda fervilham em minha cabeça e m e tocam o coração. Afinal, o passado é um segundo coração que bate dentro de nós. Muito a propósito, meu pai me contava uma história real. Dizia ele que no início de 1926 na quinta “São Joaquim”, conhecida propriedade da região, conhecida como Rua da Lagoa, os revoltosos da Coluna Prestes (Juarez Távora e Eduardo Gomes faziam parte dela, mas tomaram outros rumos) passaram uns quatro dias por lá, chefiados por João Alberto Lins de Barros (primeiro à esquerda sentado no banco, todo de preto, com as mãos postas sobre as pernas) . Permaneceram em Paz e saíram pacificamente. Contudo, antes de irem embora, soltaram os presos da cadeia pública, entre eles, Silvestre, o vaqueiro que havia assassinado seu patrão, Quinzinho Bona, um dos graúdos locais, irmão do coronel Ovídio Bona, fazendo-o desfilar, a cavalo, pelas ruas da cidade, antes de sumir no mundo.
Na época o sítio “São Joaquim” pertencia ao coronel Benício Ribeiro Sampaio (à esquerda, na foto) pai de Adécio Sampaio, gente importante da região.
A tropa percorria o Nordeste contra os governos oligárquicos. O objetivo era levar a mensagem revolucionária do tenente Carlos Prestes (mais tarde fundador do Partido Comunista do Brasil e à direita, na foto), para uma modernização social e política do país. Com origens que datam de fins de 1994, a coluna percorreu 30,000 km, através de 13 estados (travou 33 combates e não perdeu nenhum), internando-se na Bolívia, em fevereiro de 1927, onde começou a perder força. Foi combatida por diversos adversários arregimentados pelo governo federal (Artur Bernardes), desde as forças regulamentares do exército, até jagunços e cangaceiros – como, por exemplo, Lampião – comandados pelos coronéis do sertão. Prestes jamais mudou suas idéias e seus ideais. Morreu com elas aos 92 anos, no dia 7 de março de 1990.

Marcos Vasconcelos é aposentado do Banco do Brasil, advogado, estudioso de literatura contemporânea e piauiense nascido na Rua da Lagoa, em Campo Maior. Extraído do livro "Raizes de Pedra", do autor.

Fotos: Museu do Paulo&Bitorocara+ e CPDOC/FGV

Um comentário:

Antinfas disse...

Esse Bitorocara é mesmo Showzaço! Não dá tempo nem dos anônimos começarem a dizer que virou blog de humor, aí já sapeca um episódio da nossa história no fucin dos críticos. Quem sai ganhando semos nóiz, né não cambada?

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