O Rebelde da Motocicleta - Parece nome de filme, mas tem tudo a ver com o passado deste senhor aí da foto. Magrinho, temperamental – não sei pra quem puxava -, com uma motoneta estranhíssima e “zuadenta”, o “Zacariinha” podia ser visto a qualquer momento e em qualquer lugar da pacata Campo Maior do final dos anos 60, início da nova década. O título do filme se encaixava como um capacete na cabeça do filho do seu Zacarias Gondim, dono do inesquecível Cine Nazaré da belíssima época de ouro de Campo Maior, nos anos de chumbo do Brasil. – “Zacariinha” essa lambreta “Xispa” estacionada do teu lado, aí na foto, apesar de parecer muuuito mais nova, lembra também aquele “cachorro magro zuadento” que você tinha! O adjetivo canino foi o mais perto que encontrei pra não judiar com o enorme e pacato “camelo”, só conhecido por nós através dos "Circo
Garcia" da vida, ou dos filmes Lawrence da Arábia ou Simbad, o Marujo, daqueles tempos. A propósito: clique na foto e veja o que estava em cartaz nesse dia, "na tela panorâmica do seu Cine Nazareth, em Cinemascope e Technicolor!".
Zacarias, meus contados localizaram sua amada motoneta jogada no fundo de uma oficina de motos na praça do teatro dos estudantes, perto da casa dos mus pais. Autorizei-os a fazer uma proposta de compra, no que receberam um sonoro não! – Já está vendida por 2mil Reais!!!
Desisti. Ela também não tava com essa roda toda, não. Clique, e na imagem ampliada você verá quem desembolsou essa grana toda. - Tudo em nome da cultura! Disse o feliz comprador.
Foto: MuseudoPaulo&Bitorocara - Zan
15 comentários:
Quem vê hoje o pacato cidadão tomando sua cervejinha no bar do Alberto, não desconfia o quanto foi agitado o moço Zacariinha...
Essa moto não tá bem carinha para este preço? Sei não, o sujeito que comprou este monte de ferro velho deve tá é doido. A gente ver cada uma.
O Zacariinha era uma figura que realmente fazia parecer um rebelde. Eu tinha medo dele naquele vai vem em cima daquela motinha esquisita.
Cine Nazaré, de tantas lembranças. A expectativa para ver o filme. Mas só começava quando enchia ou, pelo menos, recebia um público razoável, satisfatório para o proprietário. Enquanto isso não ocorria, Seu Zacarias, pai desse aí da foto, ficava "enrolando", através do serviço de som, com a conversa de que só faltavam 10 minutos, 5 minutos, e nada. Sessão iniciada, fita quebrando, fita de cabeça para baixo... E tome assobio! E tome xingamento; coitado do Milton (tio do João de Deus)! E Seu Zacarias, irado com a situação, bradando mais alto. Mas o cinema era sensacional. As famílias o frequentavam reunidas. Os amigos encontravam-se. Os namorados... Às terças=feiras e aos sábados, eu nem olhava o cartaz, estava lá, ansioso para saber qual seria mesmo o filme, de preferência, faroeste, de guerra, bíblico, histórico. A magia do cinema acabou na cidade. Agora é só pela tv. Seu Zacarias não pôde concorrer com a espetacular novidade que invadia Campo Maior.
Caindo de pára-quedas com o amigo José Miranda Filho.
Netto é um apaixonado por Campo Maior, e fotografar o presente é recordar o passado, o cidadão da lambreta estudei com o mesmo no Colégio Estadual e tinha a mania de roer as unhas, se eu me deparo de frente, nos tempos atuais jamais o reconhecerias.
Quem viveu e morou em Campo Maior nos anos 70, creio eu que a maioria dos leitores deste Blog tenham assistido alguma obra cinematográfica no Cine Nazaré, por exemplo "O Dólar Furado" com Giuliano Gemma, casa cheia, este leva um tiro na altura do coração, a bala acerta uma pesada moeda de um dólar que o ator tinha no bolso, daí o título do filme, época dos nossos namoros, a nossa juventude, os momentos mais felizes da nossa vida, sonhar.
Reviver estes sonhos com saudades duma época que ficou na nossa história, sou um sonhador com fantasias e defeitos, partilhar um pouco a nossa forma de ser na sociedade.
Sonhos para serem lembrados, para aqueles com bom gosto, a música o seu conteúdo, recordar com a música romântica, regressar ao nosso passado.
"A Copa do Mundo é nossa....com os brasileiros não há quem possa...... " canção comemorativa ao 1° título do Brasil em uma Copa do Mundo.
"Quem é que não sofre por alguém, quem é que não chora uma lágrima sentida, Deus meu Deus, traga pra junto de mim...,," Cantor Silvinho, músicas que soavam aos ouvidos antes de iniciar qualquer película no saudoso Cine Nazaré.
Assim a vida continua cheia de encantos e magia, sonhar faz parte das nossas vidas.
O seu Zaca ou Zacariinha para substituir a Xispa ama apaixonadamente um fusquinha 78, estado de novo com ventilador e som. Embora, Horácio, continua ele sendo o mesmo roedor de unhas de antigamente, principalmente quendo toma um taça de vinho ou uma cervejinha lá pelo bar do Alberto.
O Zaca é gente de boa prosa embora seja carrancudo.
Belchior não sei se você foi árbitro de futebol pela FPF, tenho minhas dúvidas, mas é muito legal fazer essas recordações do passado, no entanto, na minha próxima aparição em C.Maior quero tomar umas cajibrinas lá no Bar do Alberto que eu não conheço.
A propósito do comentário de Horácio Lima: em 1970, eu tinha 12 anos e morava na Rua do Sol (Rua Pará), era colega de infância do Netto e de outras figuras importantes (!) da época. Contava os dias para chegar o domingo, quando o Cine Nazaré estreava um lançamento (muitas vezes e quase sempre, quando a fita já estava até gasta, de tanto ser exibida). Uma Veraneio saía pelos pontos estratégicos da city, com amplificadores, o som nas alturas, convidando para a exbição de "mais uma película ansiosamente aguardada todos", como dizia seu Zacharias, no sistema de alto-falante do cine. De preferência, filme de bang-bang, de tarzan, maciste... Tinha os filmes "de amor" (proibidos para nossa faixa etária, obviamente). Filmes lacrimosos, como "Coração de Luto", com Teixeirinha. Era uma festa. No dia seguinte, cada um queria "contar" o filme assistido à sua maneira, numa roda de amigos. Foi em 1970, por sinal, que vimos, pela primeira vez, jogo de uma Copa do Mundo (no México): a abertura, com o jogo México 0 x 0 URSS, solenemente comemorada na casa do professor Maurício (de Matemática, né? Um dos mais competentes que já vi), cedida pelo seu filho, Edinho, que gostava de uma farra. TV em preto e branco, uma novidade. Colorado RQ. Mas, o cinema ao lado da matriz continuava exercendo o seu fascínio em nós, eternos sonhadores.
A cada dia, o Netto se supera, com reminiscências que tocam no fundo da alma. Graças ao Cine Nazaré, eu me tornei um cinéfilo de carteirinha. Essas imagens não saem nunca de nossa mente.
Horácio, não tenha dúvida. Fui diplomado pela metora de nosso futebol e da mesma fiz parte. Não tive muitas aparições nos grandes jogos dos profissionais de nosso Estado naquela época em o Cel. Jofre do Rego Castelo Branco era o presidente da FPF. Só para resfrecar sua memória, digo ainda, no meu tempo era Lineu, Jose Cavalcante, Maninho, Etc.
Espero um dia nos encontrar no bar do Alberto e, aí, você saberá de muito e muito mais do passado que tanto nos honra.
Horácio aonde tem resfrecar, lea refrescar. Foi uma questão de dedada.
Poupa esses dedos envelhecendo aí, Brecha, se é que tu já não tá usando eles pra algo mais que tirar remela dos olhos ou nariz...
Caro Belchior, o tempo passa mas as boas atitudes e amizades ainda penetram em nossas mentes, tempos que não voltam mais, eu não sei se voce é caiçarino ou azulino, apesar do meu Leão ter virado um "gatinho de estimação", continuo ainda fiel ao Leão dos Carnaubais.
Estive em C.Maior nos festejos de junho após 3 décadas e a pessoa responsável por minha aparição foi meu amigo, meu irmão, meu camarada de fé o grande Zan.
Com certeza na minha próxima ida a CM o Bar do Alberto vai ser o ponta a pé inicial, porque o tempo é implacável e muitos daqueles amigos já não encontrei mais, foram para outras dimensões com outras responsabilidades e outros partiram prematuramente por solicitação do nosso Pai Supremo.
Um abç
Na porta deste templo sagrado de diversão, lembramos a figura carrancuda do Seu Estácio. Eu, ficava ali na porta do cinema olhando pra ele e aguardando seu sinal; quando as cortinas se fechavam e o Miltom apertava o botão do canhão de luz, o velho e bom Estácio olhava para os lados a procura do Seu Zacarias, o campo estava limpo,então aquele homem de cabelos e barbas brancas me acaraciava com um tapa no pé da nuca e dizia: corre! eu me atirava então entre as correntes de segurança da portaria e saía em disparada à procura de uma cadeira com um enorme sorriso nos lábios.Eu era a única criança que entrava ali sem pagar ingressos.
FEQUEI MUITO FELIZ PELA A HOMENAGEM FEITA A MEU PAI ZACARIINHA.APESAR DELE TER REVOLUCIONADO CAMPO MAIOR NOS ANOS 60 E 70,HOJE ELE E UM HOMEM DE BEM E UM EXELENTE PAI,TENHO ORGULHO DE ME CHAMAR ZACARIAS CASTELO BRANCO LINS FILHO E SABER QUE EM MINHAS VEIAS CORRE UM SANGUE DE UM HOMEM DE VERDADE. "PAI SOU TEU FÃ INCONDICIONAL,SEGUIREI SEMPRE TEUS PASSOS E ENSINAMENTOS". TE AMO...
AH,E SEU NETINHO QUE VEM SE CHAMARA ZACARIAS SEGUNDO CASTELO BRANCO LINS.
Olá, Zacarias Filho!
Homenagem coroada com outra, feita pelo próprio filho do nosso amigo Zacariinha, amigo que tive o enorme prazer de rever em junho passado.
Moço, me dê notícias do meu amigo de infância e de Colégio Diocesano, seu primo,... Preparem-se ... Zacarias Gondim Lins, Neto de Andrade Castelo Branco?
Contato:
bitorocaranews@gmail.com
Postar um comentário