quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Amplificadoras

Abrindo-se as cortinas do Bitorocara+, assistam aqui as imagens do início dos anos 60, e ouçam, "Sonhar Contigo", a música que o cantor Adílson Ramos transformou no mais popular hino de amor do cancioneiro brasileiro. Percorrendo o Brasil, coisa que faço há mais de 30 anos, vejo que este fenômeno ainda hoje arranca aquela lagrimazinha do canto dos olhos, até dos "fundamentalistas" descendentes de imigrantes aqui do Sul do País. Agora imaginem a praça lotada, amplificadoras, Rádio Clube de Campo Maior, Eldorado, Petisqueira, radiolas enormes; Campo Maior Clube, Rua Santo Antônio... E ainda sobrava algum espaço para o Carlos Alberto "chorão", Miltinho, Valdick, Silvinho, e para o vozeirão do seresteiro Altemar Dutra. A "sapoti", Ângela Maria, puxava o coro das mulheres. Hein, Zan, Acélio Correia, Zé Miranda, Neville, Zacariinha, Isolete Silva Clemente, Zélia Eulálio...? Ou quem mais teve a carapuça carinhosamente afetada.

http://www.youtube.com/watch?v=BFlwTFqrOUM

29 comentários:

Simão disse...

Uma boa pedida, de preferência tomando uma dose de cinzano.

Briulino disse...

Essa é de rachar o coco...
Mas eu vou recitar uma música que não é desse tempo, mas a dor de cotovelo é a mesma, até um pouco digamos, zabelona...

EU HOJE QUEBRO ESSA MESA...
SE MEU AMOR NÃO CHEGAR...
TAMBEM NÃO PAGO A DESPESA...
NÃO SAIU DESTE LUGAR...

E dá-lhe cachaça...
Depois o individuo saía devagar, como quem não quer nada, olhando prum lado e pro outro e virava na zona planetária...
Aliviava por alí, e depois voltava pra praça Rui Barbosa com a cara mais limpa...rsrsrsrs
Chora, me liga, ruma de rapariga...
rsrsrsrsrs

zan disse...

Mantive um tórrido romance com uma moça que morava na rua santo antonio, nos anos 70, que era conhecida no meio como Índia... Nessa época a amplificadora do seu Zacarias se não me engano, tocava uma música chamada Férias na Índia, cujos primeiros versos eram assim:"Na Índia fui em férias passeaar...", de Nilton César. Confesso que gostava da rapariga. Por onde andará aquela índia, meu Deus?

Washington Araújo, de Fortaleza disse...

Sessão nostalgia.
A música que mais me lembra a Petisquira do Vela Branca - não lembro o título - começa assim: "Receba as flores que lhe dou, em cada flor um beijo meu, querida, mil vezes querida, deusa na terra nascida, a namorada que sonhei..."

De Assis disse...

A Namorada Que Sonhei - Nilton César.
Mais pra cá dizem, o Amado de vocês Batista também cantou. Prefiro o primeiro centenas de anos luzes.

Francisco Macedo Júnior disse...

Meu irmão Washington ta inspirado.
Superzan, voce foi profundo agora com a india, depois que voce foi embora, ela mudou-se de mala e cúia pra zabelona.
E o de Assis completou a música.
Eu tenho um CD do Nilton Cesar com todas essas músicas.
Lembranças de nossas vidas nessa bela cidade, e confesso pra voces, a saudade é muito grande.
Estava agora pouco com o Rui do Mamede mandando lavar nossos carros e ele me mostrou umas fotos que vai balançar o coração de muita gente, inclusive voce Neville. Eu acho que amanhã vou scanear e enviar ao Netto pra ver se ele publica ainda nesse final de semana.
Um grande abraços à todos.

Simão Pedro disse...

Fala Indéia! Amigo Júnior, vou perguntar ao Toinho da Izabelona o paradeiro da India, encontro com ele de vez em quando,quem sabe ele nos da alguma informação mais atualizada, fiquei sensibilizado pelo apelo do nosso amigo.

zan disse...

Amigos, a Índia se perdeu na poeira do tempo. Se não morreu, deve tomar conta do que sobrou dalguma coisa parecida com o ambiente em que a conheci... Hoje aqui em Campo Maior ainda existe esse tipo de ambiente. Visitei um outro dia ali na antiga rua do Sol, escorregando pelo beco do Zeca Mendes, onde antigamente tinha um bordel cuja dona era uma moça conhecida como Escurinha... Conheci a Índia em 1970, peguei a estrada no último dia desse ano. Voltei à cidade em 1974. Da Índia já não tive mais notícia...

zan disse...

Tem uma música do Silvinho, se não me engano, que diz uns versos terríveis, que eu não esqueço, porque os ouvi a primeira vez em Teresina, final de 1962, quando voltei da minha primeira aventura pelo mundo:"Esta noite, eu queria que o mundo acabasse e para o inferno o senhor me mandasse para pagar todos pecados meus... Eu fiz sofrer a quem tanto me quis, fiz de ti meu amor infeliz, esta noite eu queria morrer..." São quase cinquenta anos de lá pra cá, mas quando escuto esta música as imagens vêm como num filme e as lágrimas rolam...

Antonio - De Cuiabá disse...

Se essa petisqueira falasse, certamente, revelaria muita coisa interessante - inclusive e principalmente, sobre porres homéricos alí ocorridos. Ponto de encontro das "tribos" de então, o estabelecimento virou referência. Aliás, porres à base de muita mangueira, cachaça que fez a delícia de alguns amigos, aqui em Cuiabá, aos quais presenteei com alguns frascos, trazidos de minha última viagem a Campo Maior. Infelizmente, ainda não pude atender aos insistentes pedidos de bis.

Horácio Lima disse...

Caro Zan, como você é saudosista, vai aí uma do Silvinho também interpretada por Adilson Ramos e Agnaldo Timóteo que nós ouvíamos antes do Sr. Zacarias anunciar a contagem regressiva de cinco minutos, início da película.

Quem é? que não sofre por alguém
Quem é? que não chora uma lágrima sentida
Quem é? que não tem um grande amor
Quem é? que não chora uma grande dor
Quem é? que não sofre por alguém

Deus meu Deus
Traga pra junto de mim
Esse alguém que me faz chorar
Que me faz sofrer tanto assim
Deus meu Deus
Tenha piedade de mim
Faça com que ela volte
Viver sem ela
Será o meu fim
Viver sem ela
Será...O meu fim.

Diz o poeta anônimo:

"Quando a saudade é demais, não cabe no peito, escorre pelos os olhos"


horácio lima
sp

zan disse...

Horácio e o resto da galera, tava isturdia, um sábado de manhã, tomando uma coalhada numa padaria aqui das imediações do aparelho; do lado da padaria um pessoal esticando a farra da noite anterior, ouvindo Waldik Soriano, Silvinho e outros feras desse tipo de música... Escuto muito aqui em casa um mp3 com músicas do Nelson Gonçalves, que eu ouvia muito quando de dia, era só um garotinho fujão, ficava ali na rua Santo Antonio, ouvindo no Bar do Comércio a Volta do Boêmio e Boneca Cobiçada, enquanto esticava o olho nas partidas de sinuca apostadas por profissionais como o Dodó cunhado do Zé Bona...

zan disse...

O Bar do Comércio era do Mestre CArneiro, pai do Gonzaguinha e do Carlos Antonio, da Evarinta e do mais velho deles que era militar e afilhado do meu pai, Raimundo Antonio, se não me engano... Esse último aqui já falecido... A casa em que eu morava na senador José Euzébio tinha um portão que dava pra rua Santo Antonio, era por ali que eu escapulia...

Horácio Lima disse...

Caro amigo Zan, toda vez que volto a C.Maior me sinto um gigante, sinto orgulho de dizer que sou do Piauí nascido em Pedro II da minha infância querida e dos meus anos dourados.

C.Maior, como toda cidade, que um dia fez parte de minhas reminiscências de um passado cotidiano, meu passado e meus anseios ainda estão a vagar nessa enigma cidade.

Moro em S.Paulo, mas sempre que tenho oportunidade volto a C.Maior, visitar meus amigos que ali deixei no bairro onde fui feliz, minha saudosa Praça da Bandeira, mais precisamente no Bairro do Matadouro onde residem os meus genitores.

Sou remanescente daqueles tempos maravilhosos e inesquecíveis, alimentando às vezes uma outra maneira de olhar para este passado, alimento uma certa melancolia pelos tempos que não voltam mais, às vezes procuro entender de que material foi construído este passado, se às vigas da construção eram de madeira ou de ferro. No entanto, tive a possibilidade e a chance que Deus me deu de concluí-los e prosseguir na construção de nossas vidas, quando passamos o pente no sentido inverso pelas histórias podemos nos apropriar de reminiscências que reconfiguram o nosso passado, daí adivinho uma nova visão, uma nova imagem de um presente que nasceu daqueles tempos mais longínquos, e assim nós nos preparamos para nossa atuação, sedimentando o futuro que queremos ter.

E você meu amigo, estar sendo muito gratificante te reencontrar após treis décadas, graças a este Blog.

"Feliz é aquele que no final do dia, consegue ouvir os aplausos de sua conciência...." (Rayma Lima)

José Miranda Filho disse...

Adilson Ramos fez sucesso. Tanto em nossos serviços de alto-falante da Praça Rui Barbosa e do Cine Nazaré quanto nas emissores de rádio. Sintonizavam-se em Campo Maior (na minha casa, eu bem sei) Difusora, Pioneira (Teresina), Ribamar (São Luís), Verdes Mares, Assunção (Fortaleza), Jornal do Comércio (Reife), Sociedade (Salvador), Nacional, Tupi, Mayrink Veiga (Rio), Record, Bandeirantes (São Paulo) e outras que agora estão apagadas na minha memória, com sonoridade perfeita, pareciam rádios locais. Hoje, as de Teresina são ouvidas com certa dificuldade e as de outros estados simplesmente desapareceram dos nossos aparelhos. Adilson Ramos e outros cantores faziam sucesso em Campo Maior. Roberto Carlos e sua jovem-guarda, The Beatles ainda engatinhavam por estas bandas. Roberto começou mesmo com o seu primeiro grande sucesso "Que tudo vá pro Inferno". Predominavam o bolero, o samba-canção, o tango, a guarânia. Cito cantores preferidos naquela época. Anisio Silva (Abraça-me; Alguém me disse; Ave Maria dos namorados; Estou pensando em ti; Onde estarás agora; Pelo amor do nosso amor; Por toda vida; Saudade de ti; Sempre em meu pensamento; sonhando contigo; Tudo foi ilusão). Carlos Alberto (Aquece-me esta noite; Sabe Deus; Lado a lado; Cinco letras que choram; Alma, coração e vida). Silvinho (Hoje eu queria que o mundo acabasse; Amor fingido; Medo feroz). Waldick Soriano (Ninguém é de ninguém; Errei, Senhor; A carta; A saudade que você deixou aqui; Eu vou ter sempre você; Paixão de homem; Perfume de Gardênia; Torturas de amor; A noite está calma, este mesmo o título?). Orlando Dias - o meu mais preferido - (Quero beijar-te as mãos; Eu te quero tanto; Luz da minha vida; Minha serás eternamente; perdoa-me pelo bem que te quero; Tenho ciúme de tudo; Tu és a criatura mais linda que meus olhos já viram, puxa! este mesmo o título, tão longo?; Amo-te em segredo; tu hás de pensar em mim). Orlando Diase se apresentou uma vez em nossa cidade, no Campo Maior Clube lotado, tendo alcançado sucesso estrondoso. De joelhos, lenço na mão, pronunciava: "Minhas fãs!" Elas deliravam. Daquela época merecem menção, também, Agnaldo Timóteo (A Casa de Irene; A casa do sol nascente; A noiva; Meu grito; Os verdes campos da minha terra; Poema). Altemar Dutra (A teus pés; A pombinha; Balada Trista; Eu nunca mais vou te esquecer; Não se esqueça de mim; Sentimenal demais). Trio Irakitan (Ah! como eu amei; Angústia; Aqueles olhos verdes; Frenesi; Duas almas). Miltinho (Fica comigo; Lembranças; Louco de saudades; Menina moça; Ninguém é de ninguém; Se tu soubesses). Nelson Gonçalves (A deusa da minha rua; A deusa do amor; À meia-luz; A volta do boêmio; Boneca de trapo; Chorando o passado; Fica comigo esta noite; Maria Bethânia; Você e eu). Carlos Gonzaga (Bat Masterson; Biquini de bolinha amarelinha; Cabecinha no ombro; Cavaleiros do céu; Diana; Meu eterno querer; Oh, Carol!; Sereno da Madrugada; Só você; Suzana; Uma guitarra e um copo de vinho). Cely Campelo (Banho de lua; Broto certinho; Broto legal; Estúpido cupido; Eu, você e o luar; Grande amor; Marquei encontro com você em meu sonho). Também tivemos os estrangeiros: Nat King Cole, norte-americano (Mona Lisa; Unforgettable; Christmas song; Quizas, quizas, quizas; Ansiedad) e o cubano Bienvenido Granda.

José Miranda Filho disse...

Faço alusão também a Núbia Lafayette (A saudade mata a gente; Abandono cruel; Afinal; Amor sincero; Fracasso; Lencinho branco; Seria tão diferente; Tudo acabado), a Ângela Maria (A violeteira; Amar e sofrer; Atiraste uma pedra; Balada triste; Bons amigos; Brigas de amor; Cansei de ilusões; Cindeela; Moça bonita; Meu primeiro amor) e a Maysa (Besame mucho; Bloco da solidão; Esse nosso olhar; Melancolia; A canção dos seus olhos; A noite de nós dois; A noite do meu bem; Morrer de amor; Tarde triste; Segredo; Ah! se eu pudesse; Até quem sabe; Canção de meu amor mais triste). Permanecem, também, na minha lembrança: Andorinha; O relógio; Tão somente uma vez; Vereda tropical; Perfídia; Índia; Recordações de Ipacaraí; Nosso juramento; uma infinidade de canções, que este blog não comportaria. Vocês, como eu, se recordam?
Obrigado a todos pela paciência.

Heloisa disse...

Zé Miranda! Este material é uma verdadeira Revista do Rádio. Parabéns pra o blog e pra vocês também que comentam por aqui. Uma maravilha. Eu não desisto, mesmo passando dois, três dias sem matéria nova, estou sempre por aqui porque sei que de repente aparece uma coisa nova de arrepiar e mexer com nosso emocional.

Francisco Macedo Júnior disse...

Zé Miranda, valeu, voce buscou músicas que eu não lembrava mais.
Sempre quando eu vou à Assunção no Paraguai ouço essa música Recordações de Ipacaraí e lembro de Campo Maior, e por incrível que pareça, Assunção lembra muito Teresina anos 70.
Obrigado Zé...
O coração velho balançou.

Horácio Lima disse...

Meu amigo José Miranda, foi muito gratificante nos reencontrarmos nos festejos de Sto.Antonio, porém, não sabia que você tem uma Rádio 100% romântica, 100% suave, 100% light, nessa balada, você vai matar o véio.

Um abraço.

horácio/sp

zan disse...

Inda agora estive no que resta de bordéis na santo antonio e ouvi evaldo braga e altemar dutra enquanto enxugava uma loura e jogava uma partida de sinuca com outra... o local me pareceu que era onde funcionou o cabaré da falecida marlúcia... querem mais decadência do que isso? tem por aí alguém que ainda anda no que restou da rua santo antonio?

José Miranda Filho disse...

Que bom, Heloísa! Você deu sincera expansão a sua alma romântica. Apesar desta agitada modernidade, ainda contamos com gente como você.

Pois é, Francisco Macedo, em muitas nações a boa música jamais é relegada ao ostracismo. O Paraguai, sua capital, aonde você vai com certa frequência, é um exemplo. Lá, ainda se ouve Recordações de Ipacaraí. E, certamente, muitas outras canções que marcaram a juventude paraguaia, a nossa juventude campomaiorense. E no Brasil, em suas emissoras de rádio e televisão, ainda são executadas as canções que relacionei? Nunca! Só tocam as chamadas "músicas da moda". No passado, meu pai, e eu ao lado dele, juntos a um aparelho de rádio, ele particularmente, pelo menos, tinha os seus programas da saudade, músicas da sua juventude. Nós, os tidos meio-idosos de hoje, temos, ao menos, nossos programas de "hora da saudade" para recordação? Não! Só nos cabe mesmo acompanhar a "música da moda", da juventude atual. E seguir o embalo dela.

Horácio véio de guerra, como gostei de nosso reencontro nos festejos de Santo Antônio! A Maria Luselene gravou para a posteridade aludido reencontro no seu blog "SuperCampoMaior"; terá você visto? Então, diante de tais gratificantes reencontros, só desejo assegurar que os festejos de que falamos não servem apenas para irmos "adorar aquele boneco de pau oco" no altar da igreja, mas também para matarmos as saudades de nossos antigos tempos, através desse encontrar de novo. Quanto a nossa música, espero que você ainda possua discos de vinil e uma radiola em perfeito estado; para compra e venda não há mais, só se for no Troca-Troca de Teresina.

Meu primo-irmão ZAN, que pena! A Rua Santo Antônio morreu. A "Zona Planetária" já era. Desperta para o presente, homem! Aliás, eu me perguntava sempre como se foi implantar a mais famosa zona "meretrícia" do Piauí (inferior somente à Rua Paissandu/Teresina) logo na rua do santo padroeiro? Santo Antônio está adorando!

Agradeço, bastante sensibilizado, as manifestações dos quatro a respeito da minha expressão de saudade acima. Abraços.

zan disse...

Morreu pra você, filho ingrato... Dias desses passei por ali à noite na garupa de uma moto e vi duas gobilas pastando no que restou da zona planetária... eu que não sou dessa praia fiz uma quadrinha de doer na alma de qualquer poeta sério:
Onde antes pastavam éguas
Pastam hoje gobilas...
Serão elas meretrizes
Do que restou dum tempo
que ficou na imginação
a léguas ou milhas?
Perdão, nem quadrinha é, mas vale a idéia...

caburé disse...

Zan, pelamor de Deus, não volte a cometer delitos poéticos, fique só mesmo nos dramatúrgicos...

José Miranda Filho disse...

Filho ingrato, é? Tuas palavras em prosa, complementadas pela quadrinh poética, só vieram confirmar as minhas... palavras (sem quadrinha) sobre a famosa rua...

zan disse...

zémiranda, é que vc. esquece que a gente não conseguiu lhe levar nem à força pra rua santo antonio naqueles tempos em que a gente (eu, icade, gonzaguinha do mestre) começou a ir por lá... quando vc. mudou pra teresina é que descobriu as delícias das digamos, estrepolias noturnas... ou vc. quer que eu conte aqui pro pessoal saber que uma vez que eu cheguei com a familia de brasília, altas horas, vc. tava na esbórnia e chegou de manhã com um bafo de alcool dos infernos... esquenta, não, meu irmão zé miranda, isso fez(faz) parte de nossa vida... Vc. continua bem casado e dê graças a deus por isso, amém... quem me contou suas iniciações na boemia teresinens foi o falecido alfredo ibiapina, que deve tá no céu de tanto que aprontou na área cá por baixo... bairro são joão, macacau...ó tempos, relaxa, cara...

José Miranda Filho disse...

ZAN, tu tá criando histórias de ficção, meu zirirmão! Quem te disse que naquela manhã eu tava chegando da esbórnia? Távamos eu e colegas no clube da universidade, e como os ditos cujos, quando começavam, não queriam mais parar nem tinham compaixão de mim, que bebia tão-somente umas três doses de Martini bianco, só pra não ficar a noite inteira com a cara pra riba, me liberaram somente naquele horário. Agora, o Alfredo, que não tinha outros assuntos pra falar de mim, ficou inventando aquelas fantasias. Ele, sim, que, ao ter passado uns dois meses dormindo na minha república, bairro São João, Teresina, é que se achou doidão por uma vizinha; inutilmente, porque ela só queria a mim, mas não lhe retribuí nada, pois não era meu tipo e sou muito exigente.

zan disse...

zé, tu te esquece que eu sou ficcionista, cara...relaxa, não teve nada demais tu ter feito o que fez ou ou que eu achei que tu fez sem ter feito... agora, aquela história envolvendo a viúva da vizinhança da tua república no macacau, que o alfredo disse que tu disse que ele não disse que eu disse...,isso é coisa pra gente conferir quando nos encontarmos no céu, que achas?

José Miranda Filho disse...

A vizinha não era viúva, mas separada de um militar. Vê o risco. Um bom romance passional/policial, de ficção, tá? E do qual longe de mim ser o protagonista. O finado Alfredo poderia ser. O estampido de uma pistola dentro da madrugada escura numa das ruas do Macacau (hoje é o São João, comunidade de ricos, nem imagina chegar por lá mencionando o ex-nome). Nós dois nos encontraremos com o Alfredinho, para longos bate-papos, no "céu-da- boca-de-uma-onça".

zan disse...

O falecido Alfredo Ibiapina, um dos meus grandes amigos nesta existência, na época também solteiro, além de ser um boêmio muito dado a essas aventuras e outras, tinha uma imaginação muito fértil pra te ficcionar se interessando por viúvas ou desquitadas de militares... não tive nenhuma experiência nessa área, mas imagino o risco que vocês correram, porque ele com certeza andou se envolvendo com ela... Convivi durante dois anos com o Alfredo e realmente fazíamos uma dupla bizarra como moradores de uma casa mal-assombrada no alto da Santa Rita, lá pras bandas do bairro de Flores, no meio de gente muito pobre e humilde... Em noites de lua andar de bicicleta por ali era até possível; nas noites de breu de escuridão chegávamos lá no alto meio que advinhando onde a casa ficava... morei lá sozinho até o dia que um vizinho me contou dum cidadão que se enforcou nua árvore por onde passava diariamente... era um tipo de espírita muito especial, o que tinha medo de alma... a história mais bizarra na casa mal assombrada porém foi quando uma senhora que fazia a limpeza da casa pegou a cama em que dormi ali um ano e meio mais ou menos: tinha vestígios das cascas de uma cobra enorme embaixo da cama... Espero, ZéMiranda, algum dia num céu em que vivem nossas consciências de pecadores menores, recordaremos essas e outras histórias, daqui a uns vinte trinta anos que é o tempo que eu acho que Deus talvez me dê pra consertar os mau feitos que andei fazendo ou que o que ainda tenho que fazer cá por baixo...vinte trinta anos talvez dê pra isso..

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