domingo, 7 de fevereiro de 2010

Letras de Luto...

Filho de Antônio José da Cunha e Mariana Leite Cunha. Poeta, radialista, contador de “causos”, político, comerciante e lavrador. Cunha Neto se iniciou em “cordel” em 1944, onde foi sócio da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel, da Academia dos Poetas de Uruguaiana [RS]; da Federação Brasileira dos Poetas do Brasil, Brasília [DF]. Publicou 130 folhetos dessa literatura. Membro da Academia Campomaiorense de Arte e Letras – ACALE. Cunha Neto deixa esposa Ana Oliveira Cunha e os filhos Ana Maria, Maria Gorete, José Cunha Filho e vários netos.

O espelho dágua reproduz a cristalina imagem
Que mergulha no tempo e se perpetua
Cabeça recostada ao ombro a clamar acolhimento
Peito arfante oferecendo abrigo
Mão estendida sustentando o ombro amigo
Olhares perdidos no horizonte
União de almas que se encontram.


Simão Pedro

Na foto - Amigos para sempre: José da Cunha Neto, Antônio Andrade Turuka e Antônio Músico Bona Neto.

32 comentários:

Simão Pedro disse...

Campo Maior chora hoje a partida do poeta,simplicidade e humildade sempre foram sua marca,tinha a alma sensível e pura, nunca vi nela maldade, nosso amigo Cunha Neto parte deixando saudade.Peço a Deus que lhe receba pelas mãos dos emissários dando a ele a acolhida e o repouso necessário.Ficamos aqui esperando a permissão divina chegar, pra receber trovas de amor dando notícias de lá. Enquanto elas não chegam imaginamos o reencontro destas tres almas queridas em algum ponto festejando.

Simão Pedro disse...

A foto fala por mil palavras,fui testemunha deste encontro e de muitos outros que ainda guardo na lembrança, convivi com grandes homens, era uma turma genial. Dos mais próximos arrisco aqui fazer uma lista,eram cativos da Farmácia Popular: Hilson Bona,nosso justo magistrado e nosso eterno Venerável,Raimundinho Andrade nosso espelho de conduta a frente da prefeitura, Zé Laurino e Zé Francisco dois monstros da medicina,Gilberto Mendes Farias díscipulo de Gutemberg, lembramos o Ferreirinha era grande amizade, o querido Antonio Almeida e o amigo Gesuíno, além deles, Cunha Neto doutor na poesia, homem cheio de alegria,tinha ainda o Antonio Musico que formava com o Turuka um dupla inseparável. Vivi tudo isso e tive o privilégio de ter sentado no colo de todas estes homens e de ter ouvido suas histórias. Fui o mascote deste time que se reuniu pela ultima vez no dia 28/01/1970 na Serra de Santo Antonio, neste passeio nossa alegria era imensa, ninguém do time imaginava que logo mais a noite o capitão iria nos deixar, era chegada a hora de ir pra preparar o lugar; um novo encontro estava previsto pra de novo o time atuar. Estando quase todos lá Deus chama o Poeta para o time alegrar. Além deste mascote fica ainda o Zé Laurindo, as últimas testemunhas destes maravilhosos encontros.

Ricardo Reis disse...

Uma das características do Cunha Neto, era a perserverança, pois fez e divulgou poesias durante toda a sua vida. A poesia desse grande menestrel, imortalizará o seu nome, e o manterá vivo, em nossa sociedade, já que ele retorna ao plano espiritual. Que o Pai Celestial ilumine o seu caminho, e conforte os seus familiares.

Netto de Deus disse...

Ricardo, o Edmudin deve estar triste, lá no cemitério do Alberto, afogando as mágoas. O pior é que as mágoas sabem nadar...
O Edimudin é talentoso no Cordel; e que memória tem o meu amigo de loooonga data! Vai-se por cachaça abaixo, a lenda de que o álcool destroi os neurônios... Ela detona quem só tem dois.

Netto de Deus disse...

Leitores, o Bitorocara acabou de quebrar record de postagem do Comentários!!! O Servidor acabou de disponibilizar um opção para que os leitores não pensem que não se postou mais. Cliquem no "Mais recentes", no final dos primeiros 200!!! Abre um vinho aí, Júnior! Vai cortando o touçin da "pururuca", Gracinha! Erivan, manda daí uma quasta de quilo da saborosa carne de porco criado nos lameiro lá da "baixa" pelo Antoin Delfino, pro mode interar aqui! Dependendo da data da segunda edição da festa bitoroqueira aqui no miolo da grampola da bonita Curitiba, encomendarei polpa de Bacuri para o The Day After.
E viva o nosso Bitorocara, da nossa querida Camaió!!!!

Unknown disse...

O Poeta Cunha Neto é mais uma de nossas figuras históricas que se vai. Há pouco dias perdemos o Mestre Antonio Neves. Agora o nosso Poeta. Será que temos outros à altura para dar continuidade ao trabalho deles?
Abraços,
Benedito Bandeira da Silva Filho,
benybandeira@yahoo.com.br

Ricardo Reis disse...

No meu último comentário, leia-se perseverança. Amigo Netto, o Edmundo realmente tem uma memória fabulosa, é um poeta nato, e desenhista, dos bons, além, é claro, de ser um irmão querido. Foi ele que me avisou que o Cunha Neto tinha desencarnado. Por opção, o Edmundo não quis, até porque não tentou, ocupar o espaço que, certamente seria seu, se resolvesse devenvolver melhor, os dons que Deus lhe destinou. O Edmundo tem um grande desprendimento no que se refere a bens materiais, ou escalada em busca de ocupar posições sociais mais elevadas. É um boêmio, e gosta de vida simples. Não o condeno, somos muito parecidos nesse aspecto. Pena que não tenho o mesmo talento, com que ele, Cunha Neto, Júlio Rabelo, Bilé, você, e mais alguns, foram agraciados, porém, isso não é motivo de revolta, pelo contrário, agradeço ao nosso Criador, pela oportunidade que tive, e que tenho, de conviver com pessoas de mentes brilhantes, entretanto, humildes, que não se deixaram aprisionar por essa loucura de subir a qualquer custo, mesmo que para isto, deixem, muitas vezes, de fazer o principal, que é viver em paz, ser feliz, e difundir o amor ao proximo. Um grande abraço a todos os poetas e boêmios do mundo.

Observação: com o avanço da idade, é aconselhável que se vá diminuindo a quantidade de doses, ou de copos de cervejas, pois mesmo que se tenha bilhões de neurônios, possuímos apenas um fígado.

João de Deus Netto disse...

Ricardo: um fígado contra três tipos de hepatites armados com uma bomba chamada Cirrose.
Sem falar que um tal de Peritônio teima em nos dizer que se lavar com álcool incendeia qualquer tipo de entendimento.
E como já dizia Sófocles, Platão, Nitzche (vixi!), Sócrates e Panzilão: "Cachaça não é água não!". Literatura rasteira perto do que os cordelistas são capazes de fazer.

Josias Bona disse...

Campo Maior perde um amigo, um grande poeta que ira deixar saudades.

Anônimo disse...

O Edmundo é um amigo de longas datas,convivi com ele desde minha infância,fizemos muitas farras juntos. Fui embora de Campo Maior mas não perdemos o contato,tem por mim muita consideração e sempre faz festa ao me encontrar. Eu quero muito bem ao Edmundo.

Simão Pedro disse...

O comentário acima é de minha autoria.

Olegário disse...

E viva o poeta! que no céu continue a fazer poesia.

Simão Pedro disse...

Ah carnaubeira! se eu soubesse onde te encontrar agora
Poder estar à sombra da tua copa e te abraçar
Te pediria que me revelasse um segredo
O porque de tanta alegria nestes tres mosqueteiros
Tua resposta silenciosa aos meus ouvidos não chegam
Tuas palmas ao vento ainda vibram a alegria do encontro
Bem aventurados os simples já dizia o Rabi
Eis a resposta que me segredas ainda.

Simão Pedro disse...

Nas campinas verdes às pegadas deste encontro.
Marcas que não se apagam e permanecem anônimas.
Perdida no tempo só a lembrança que insiste em se fazer lembrada.
Pergunto aos anjos, insisto, mas eles não respondem.
O que faziam juntos àquela hora um Poeta,um Músico e um Filósofo?

Ana Lucia disse...

Nossa Simão, quanta poesia! Que lindo!

Anônimo disse...

Este rapaz não nega ser filho de quem é. Grande Turuka!

Simão Pedro disse...

Agradeço a gentileza de vocês, Ana Lucia e Anônimo. Pensei que estava bem escondido atrás destas figuras, pois há muito tempo não recebiam comentários.Sou apenas um saudosista incorrigível,um abraço.

Simão Pedro disse...

O espelho dágua reproduz a cristalina imagem
Que mergulha no tempo e se perpetua
Cabeça recostada ao ombro a clamar acolhimento
Peito arfante oferecendo abrigo
Mão estendida sustentando o ombro amigo
Olhares perdidos no horizonte
União de almas que se encontram.

Simão Pedro disse...

A paisagem adormecida pelo tempo insiste em se fazer presente
O ceu calmo e límpido nos envolve com paz e ternura
Enquanto os olhos da lente abraçam o horizonte ao fundo
Silenciosamente mergulho ainda mais fundo
Em busca do nada que responde a tudo

Anônimo disse...

A carnaubeira além de muito bonita ´´e fonte de riqueza, nosso Camaió é abençoadso.

Simão Pedro disse...

Gosto de observar a fundo imagens,fotografias,coisas do cotidiano. Nestas observações que faço mergulho bem fundo. Esta foto publicada me despertou muita emoção, viajei no tempo e busquei na lembrança se estava ali ou não, com certeza não estava pois minha imagem não foi registrada,fazer o que? No comentário acima afirmei que fui testemunha do encontro, não fui, me enganei. Só restou-me agora resmungar,pois desta vez não me levaram; insistente busco agora nesta foto penetrar.

Simão Pedro disse...

Seu Antonio Músico,assim lhe chamava, me contava historias de um passado distante que eu desconhecia. Suas aventuras com o Papai eram de arrepiar,muitas não dá nem pra contar.Certa feita estes dois em pleno periodo de eleição e com a Lei Seca imperando, conseguiram ela driblar.Já era tarde noite quando a Farmácia Popular se abriu, não era ninguém doente, mas a agonia era grande.Caminharam na direção da prateleira do fundo e logo avistaram o remédio abençoado,lá estava o Biotônico Fontoura para lhes salvar. Por ironia do destino, ao lado do Biotonico, estavam as garrafas de Emulsão de Scot, ótimas para o Fígado,mas no momento foram ignoradas. Ali mesmo sem demora tomaram duas garrafas e meia.Sairam dali satisfeitos rumo as suas montarias;o ranger das bicicletas bem ao lonje se ouvia, gargalhadas eram dadas, sobre o que ninguém sabia.

Simão Pedro disse...

Sentado ali em uma daquelas bancas, conversando com Seu Antonio, ouvi dele mais uma historia da dupla. Ele conta que sua genitora, Madrinha Sinhazinha, dirigiu-se a ele e lhe passou uma ordem, dizendo que, daquele dia em diante, ele não mais triscasse em bebida. De pronto ele atendeu, uma ordem da Mãe não poderia ser contrariada, afirma.Resolve então comunicar a parte mais interessada a decisão. O amigo Turuka, ao ouvir a triste notícia, fez seu melodrama, atirou-se aos pés do amigo, implorando de joelhos, pedindo por Amor de Deus que ele não fizesse uma desgraça dessa com ele.O amigo ouviu tudo,lamentou, mas disse que nada podia fazer,ordem de Mãe ele não descumpria. Algum tempo depois o Turuka resolve deixar o vicio, ao conhecer a Doutrina Espírita, conscientiza-se de que o alcool não era uma boa companhia. A dupla continua a amizade sincera e desinteressada.Foi Com eles que eu aprendi o verdadeiro valor de uma amizade.

Simão Pedro Segundo disse...

impressionante o que uma pessoa tenta fazer pra convecer outra a não fazer algo.

Simão Pedro disse...

A Amizade era grande, maior o desejo de ficarem juntos na eternidade.Quando lançaram maõ da construção do cemitério novo, a dupla comprou duas sepulturas, uma ao lado da outra, cravam em um pedaço de madeira as iniciais de cada um, A B N e A A F. O local escolhido, advinhem, a sombra de uma carnaubeira.Combinaram que era pra ser aberto uma janela entre as duas covas pra ficarem conversando.
Um iria primeiro, o que ficasse ficaria responsável pela janela. O primeiro se foi, mas o combinado não foi mantido.Alguns lustros depois,nosso amigo Antônio Musico me chama para uma conversa; explicou-me que em virtude da grande saudade que sentia da Mãe, tinha tomado uma decisão, esperava que seu amigo e compadre o compreendesse,desejava ser sepultado na mesma cova da Mãe,que ficava um pouco mais distante da cova do amigo. O velho Turuka mais uma vez seria "traido", pelo amor maternal,pensei.Disse em resposta que ele estava certo,nada melhor do que a companhia da Mãe no além.
Tenho certeza que estes dois estão por ai a essa hora sob a sombra de alguma carnaubeira.

Anônimo disse...

...E a Penha fazendo café e o Puaca reclamando.

Simão Pedro disse...

Busco no passado a alegria do presente
Revejo em pensamento os quadros que me alimentam
Fotografei com cuidado cada momento de ontem
Guardei tudo que pude e hoje vivo bem contente
Momentos maravilhosos que guardo sempre no coração Quando pra lá me chamarem eu não preciso ir correndo Quero arrumar a bagagem e levar meus pensamentos
Vou sentir tanta saudade que eu não sei se aguento
Quando um dia eu voltar um pedido eu vou fazer
Me levem do volta agora pro lugar de onde eu vim
É um lugar tão bonito que não posso desccrever
Palavaras me faltam agora para pintar o que eu já vi
Sei que ao lado tem uma serra de um azul cor de anil
Tem campos verdes e flores que formam um imenso jardim
Tudo isso refletido nas águas de um lago azul
Vivi por lá minha vida e não posso esquecer
Meu Campo Maior querido, como gosto de você.

Carla Andrade disse...

Infelizmente não tive o prazer de conhecer meu sogro, tão querido por todos.Conheci seu amigo Antonio Músico,sempre que ia a Campo Maior passava pra visitá-lo.Era uma pessoa muito agradável e simpática, ficava muito feliz quando eu ia com o Simão visitá-lo.

José Miranda Filho disse...

São, inegavelmente, três vultos da cidade, partes de nossa história, e que, em vida, fizeram por merecer a estima, a admiração e o respeito dos conterrâneos.

Simão Pedro disse...

Lembro com saudade o que vi e ouvi e vou guardando na bagagem tudo que adquiri, coisas simples e belas arquivadas para sempre. Ensinamentos passados de uma grandeza sem fim.Triste geração de hoje, que permanece indiferente, sem imaginar o que perdem por não ouvirem os mais experientes.Obrigado meu Deus pela riqueza que tenho.

Unknown disse...

Fico feliz em lembrar tanta coisa do passado nas postagens de tanta gente boa

Unknown disse...

Fico feliz em lembrar tanta coisa do passado nas postagens de tanta gente boa

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