quinta-feira, 29 de abril de 2010

ILUSTRE DESCONHECIDO...

Recebi pedido de uma arte/caricatura do nosso ilustre conterrâneo, Francisco Pereira da Silva, que, pelo visto, será destaque, também, no próximo Salão do Livro do Piauí, em junho, em Teresina.

O crítico de teatro Yan Michalski, do Jornal do Brasil, avalia seu estilo e a modesta projeção de sua obra: "Embora tendo passado toda a sua vida adulta no Rio, o escritor permaneceu fiel, na sua temática, às suas raízes nordestinas. Grande parte da sua obra aborda personagens, cenários, mitos e tradições do Nordeste; e o faz amorosamente, com extrema sensibilidade, profundo conhecimento dos problemas e dos homens da região, através de um diálogo de alta qualidade literária. O seu temperamento retraído, modesto e tímido impediu-o de conquistar, perante a opinião pública, a posição a que o vigor da sua dramaturgia o capacitava, e condenou grande parte de sua obra ao ineditismo". Ao sair da crítica literária do influente JORNAL DO BRASIL, no Rio de Janeiro, Chico Pereira indicou para seu substituto, o ainda desconhecido, Paulo Francis. 
Francisco das Chagas Pereira da Silva, foi dramaturgo, contista e crítico teatral de renome internacional. Durante sua infância estudou em sua terra natal e residiu com seus pais na Praça Rui Barbosa, atrás da catedral da Santo Antônio. Formado em Bibliblioteconomia, trabalhou cerca de 38 anos na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. A peça teatral de sua autoria, “Chapéu de Sebo”, permaneceu em cartaz em Berlim, Alemanha, por quase dez anos.
Chico Pereira nasceu em Campo Maior em 1918 e faleceu no Rio de Janeiro em 1985.
Por tudo isso e mais muita coisa, Chico sempre merecerá deste Bitorocara, um "Vale a Pena Ler de Novo!".
Arte/caricatura: Netto de Deus, para a campanha do Memorial publicado no Blog do Zan, que andou se articulando com algumas autoridades ligadas à cultura do nosso Estado, e do município, sobre a possibilidade de se concretizar esta justa homenagem. "A quantas anda....?"

Anos 30, Praça Rui barbosa - Foi numa daquelas casas, ao fundo, que morou a família do Chico Pereira. Até agora não foi possível identificar o casal da foto, especialmente, o moço com paletó e gravata, no pino do meio-dia!

"Um financiamento total da Embrafilme e, por incrível que pareça, justo e merecido. Mas, talvez por isso mesmo, a própria empresa e distribuidora estatal, com toda a sua máquina montada, não conseguiu lançá-lo comercialmente, durante cerca de um ano e só o fez quando mudou título primitivo (“A Pele do Bicho”) para o atual “Amor e Traição”. Baseada na peça “Chapéu de Sebo” do nordestino Francisco Pereira da Silva, a fita parece beneficiar-se do bom nível cinemático do diretor Pedro Camargo e de certa intocada pureza ambiental ainda remanescente em Pernambuco. Vaqueiro (Sílvio Correa Lima) casa com cabocla (Cláudia Ohana) mas a beleza desta desperta a cobiça, tanto do coronel local (Jofre Soares) como do filho deste (Paulo de Oliveira). O golpe é enviar o jovem marido para longas viagens. O flagrante e o crime de honra são inevitáveis e o rapaz é preso. Mas uma pintora carioca (a inefável e convencidíssima Ítala Nandi) descobre nele um “primitivismo sensual” e sua defesa torna-se ainda mais problemática, até o desenlace final.
Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 09/05/1982.

10 comentários:

zan disse...

Pelos últimos contatos feitos com o pessoal da Fundac, Sonia Terra,Jairo Araújo, a peteca tá na mão do governador Wilson Martins, com duas preocupaçoes digamos assim, prioritárias, governar o estado e tentar se eleger governador... Imaginar que ele possa se lembrar que tem um ofício da Fundac com os nomes indicados pelas entidades previstas na lei, pedindo que seja efetivada por ato dele a nomeação desse pessoal para a composição do Conselho Administrativo do Memorial Francisco Pereira da Silva, é ser talvez demasiado otimista, a essa altura do campeonato...

Socorrinha Rufino disse...

É uma pena mas tenho que concordar com você ZAN. Infelizmente, por um bom período "eles" só pensarão nas eleições! Mas quem sabe aparece um defensor das causas nobres para ajudar? Não custa sonhar........

Horácio Lima disse...

No blog do Zan do dia 03/04/10 e 26/04, este já comentava um possível erguimento do Memorial Francisco Pereira da Silva na cidade de Campo Maior ou em Teresina, o projeto está emperrado nas gavetas burrocráticas desde 2005.

Parabéns ao Netto e Zan, pela brilhante idéia de resgatar a memória daqueles que ajudaram a construir a arte da dramaturgia, e, infelizmente muitas das vezes são tratados como simples produto de markenting acabando esquecidos.

Grandes nomes do Teatro, Cinema e Tv do Brasil que já partiram e deixaram muitas saudades, confesso que eu desconhecia a biografia do Sr. Francisco Pereira.



horáciolima
sampa-fria

zan disse...

Acabei de receber telefonema do Olavo Pereira da Silva Filho, sobrinho do Francisco Pereira da Silva, me dando conta de que a obra completa do tio, Teatro Completo, edições Funarte, será lançada no Salipi, no dia 1o. de junho próximo.

zan disse...

A questão da instalação do Memorial volta e meia é associada à questão políica ou até eleitoreira mesmo, com especulações sobre que candidato estaria mais interessado do que outro na instalação do Memorial... Candidato em época de eleiçao promete até a alma da mãe em troca de votos... tem que ter cuidado com essas especulações...

zan disse...

Ontem no Sabor Maior foi apresentado o resultado de uma oficina de teatro dada pelo Ciro Siris, que é membro indicado pela Federação de Teatro Amador do Piauí para o Memorial Francisco Pereira da Silva, encenada pelos jovens participantes da oficina, mostrando um trecho de uma peça do dramaturgo campomaiorense, contando a história de uma jovem que se alistou com voluntária para lutar na Guerra do Paraguai. Depois da apresentação Ciro falou rápidas palavras sobre Chico Pereira, de quem disse que os participantes da oficinas nao sabiam de quem se tratava antes de fazer a oficina. Aos poucos as pessoas aqui tomam conhecimento de Chico Pereira e sua obra. Dar oficinas em tão pouco tempo e tão bons resultados é coisa pra pessoas com muita disposição e talento, caso de Ciro Siris.

Ana Lucia disse...

Socorrinha, vc já comprou a passagem pra Bitorofesta?
Bjo
Lúcia Araújo

zan disse...

Até onde eu conheço de Paulo Francis (fui macaca de auidtório no auge do Pasquim...) não consigo imaginar como seria o relacionamento dele com o Chico Pereira:uma era alto, louro, olho azul... o outro era o típico nordestinozino:baixim, magrim, feim.. deviam formar uma dupla muito interessante, pelos contrastes de personalidade:Francis devia ser expansivo, solto e exuberante; Chico, tímido, acanhado e introvertido... as diferenças deviam atraí-los...

Anônimo disse...

Esse de paletó no pino do meio dia só pode ser o Totó Ribeiro.

AURINO SILVA disse...

AURISILVA

Tudo bem. Que exista uma praça para cultura do povão na beira do açude. Mas porque não em lugar já consagrado? Deixe-me sonhar: Se eu pudesse compraria a quadra onde existiram os salões CARIDADE, CASTIDADE, FRATERNIDADE, PERSEVERANÇA, ESPERANÇA, e outros mais, na Rua Santo Antonio, e alí construiria o maior centro de cultura e laser de Campo Maior. Haveria Cinema, Boates, Teatro, pestisqueira, restaurante eladorado,tudo em forma de atração turística, e, principalmente o memorial CHICO PEREIRA. Sabe que na peça/filme CHAPÉU DE SEBO está gravada a verdadeira origem das ex-boites da Rua St.Santo Antonio? Pois está sim. É real. Ademais, aquela região (...) já foi o lugar mais significativo de laser em Campo Maior (incluídas as praças Ruy Barbosa e Bona primo). Com muita segurança, onde até o exército fazia ronda noturna. E poderia ainda ser, sim. De forma criativa e atraente a leigos e troianos, residentes e visitantes. Não? Pois é,repito,a ninguém é proibido o direito de sonhar.

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