quarta-feira, 30 de junho de 2010

E fez-se a luz...


Usina Elétrica construída pelo prefeito “Coronel” Chico Alves, inaugurada em 03/01, 1932. Para os mais novos, esta usina era localizada onde está o Tiro de Guerra do Exército Brasileiro; defronte à atual Secretaria de Educação do Município e da sede do Sebrae; indo mais fundo no túnel do tempo: no local onde “baixavam” os circos “Garcia”, “Gran Bartholo Circus” e outros menos famosos. Se fosse hoje, esta usina elétrica seria a inimigo número um das baladas e festas que assolam os atuais finais de semanas; a energia, depois de piscar duas vezes - tempo suficiente para os alunos do Colégio Municipal que funcionava no turno da noite do Valdivino Tito, (nera não tio Altivo?), irem embora -, apagava às 11 horas; instalava-se o breu, só clareando com as bonitas noites quentes de lua cheia. Eu, da porta da minha casa na Rua Padre Fábio, ficava olhando de longe minha avó Luiza pegando o tamborete pra ir pra casa, depois de mais uma noite de conversas ao pé do poste de madeira da esquina que dava pra descida da “baixa”, até o seu caçula Altivo “apontar” lá na esquina da praça do seu Gentil Alves. Já havia começado o tão esperado ventinho que amenizava um pouco o calor; as nossas onipresentes muriçocas de todos os dias já estavam na quinta canção de não ninar. – “Bá noite procês... Laíde, bota o Neto pra dormir, isso num é mais hora de menino tá acordado não!!!”

Como que ela me viu?


Foto: MuseudoPaulo&BitorocaraBlog

3 comentários:

Antonio de Souza - De Cuiabá disse...

Ótima lembrança de um tempo que marcou nossa vida: a precariedade do sistema de geração de energia elétrica. Eu vivi muito essa época, quando nossos pais costumavam jogar conversa fora, até a luz "ir embora". Era uma rotina gratificante, inesquecível... Rua Padre Fábio, quanta saudade! Alí, eu passei a maior parte de minha infância, até começar a fase adolescente. Eu reafirmo o que já dissera anteriormente: o blog é um achado para nós, que nunca vamos (e nem podemos, não devemos) esquecer nossas raízes. Parabéns, mais uma vez, Netto. As intervenções do Zan e do Simão Pedro são sempre providenciais, contribuem para tornar o Bitocorara uma indispensável ferramenta para a interação com os amigos.

Ana Lucia disse...

Lendo o relato do Netto, fiquei lembrando deste tempo e de quando a "luz" nova estava pra chegar em Campo Maiore eu lembro que todo mundo ficava esperando a meia noite, quando eles faziam o teste da luz nova e lembro que todo mundo ficava maravilhado com a nova luz, parecia até dia, durava pouco tempo o teste, mas já ficávamos imaginando como seria bom quando a nova luz chegasse foi um avanço e tanto. Eita tempo bom!

zan disse...

Quando mais moço, sem ainda ter me acostumado ao barulho das grandes cidades onde morei (quando me via no meio de um rush dirigindo uma van cheia de crianças em plenas seis da tarde em Braília ficava me perguntando o que tinha feito da vida...), tinha verdadeira neurose com o barulho da usina velha... Me lembro que aluguei um casarão mal-assombrado no morro da Santa Rita aí por volta de 1970 e quando ia cedo pra casa só conseguia dormir depois que a usina desligava...

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