sábado, 7 de agosto de 2010

Caras de Bitorocara...

Simplesmente, Raimundo

Houve uma época em que era inevitável um quase abalrroame... barruada, pronto!.. com um automóvel “último tipo” sempre presente em alguma esquina de Campo Maior, dirigido pelo simpático Raimundo “doidim”. Este “quase” sinistro só não acontecia graças ao atencioso chauffeur que o seu Zacarias do cinema “importou” - sabe-se lá de onde -, muito antes dessa invenção da tal Direção Defensiva. Ouvia-se de longe o cantar da borracha de pneu da chinela do educado Raimundo para evitar que alguém se ferisse. A acelerada de partida também era alguma coisa de som de Ferrari tentando ultrapassar um McLaren, mesmo na época do carrinhos de corrida que mais pareciam com um pequeno charuto com rodas.

Giuliano Gema comemorando aniversário em 2008

Mas algo trágico estava para acontecer: o nosso Juan Manuel Fangio das pistas de ruas de Campo Maior, desencantou-se daquela vida modorrenta, chata, da velocidade de pouco mais de 100km p/h, e caiu na embriaguez da adrenalina dos silvos de balas das Winchester e dos Colt 45 dos tempos do Cinema Nazaré – escrito assim, ninguém me acorrege. Estava aberta a temporada de caças aos bandidos, não como ajudante, mas, como o próprio Xerife, ou encarnado em algum Giuliano Gemma sedento por vingança. E tome de gestos e sonoplastias de tiroteios pelas ruas de Bitorocara City, no Condado de Larger Field, onde o Xerife Raymond, “The Crazy”, era a lei. E ai!!!

Pra não dizer que não falei de flores, o agora músico da Banda da Prefeitura, sempre depois de alguma freiada brusca ou de um perigoso duelo ao por do sol, mesmo assim, abria um sorriso carregado de sinceridade e vaidade por ser o que era naquele momento. Simplesmente, Raimundo.

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 O cenário é a "Catanada" no final dos anos 60, morávamos em Teresina mas, por iniciativa dos meus pais, não perdíamos a temporada de banhos no inverno de Campo Maior, levando amigos vizinhos .
Em pé: Socorro da Assunção (enfermeira da Maternidade), uma amiga de Teresina; minha tia Socorro Passos (da Maternidade), outra belíssima amiga também de THE.
 Sentados: o garoto meu irmão Juscelino; atrás, uma amiga da Capital... Eu!, que não fazia a menor ideia do estrago que a velhice estava aprontando pra fazer comigo (rapá, mas eu tou por aqui, ó!); e minha irmã Rosângela, que também deve compartilhar do meu indignado sentimento.

Fotos: MuseudoPaulo&BitorocaraBlog

4 comentários:

Marcelo Bona disse...

Grande Raimundim,
O melhor motorista de Campo Maior!
Deixa Pilão, Chico Côco, o Côquim, o Walter, Chico Cirilo, Manoel Cirilo, o Xixá, até o Ferdinad na pueira!
Sem falar que ele é maior intérprete vivo do Rei Roberto Carlos!
Na banda com seus pratos, não tem prá seu ninga!

zan disse...

Há um ano atrás mais ou menos, na lanchonete do Colozinho, eu tive uma conversa com o Raimundo e provoquei ele pra me falar da vida dele... Fiquei de voltar a conversar com ele com o gravador pra registrar os fatos que ele me narrara, um deles carregado de tragédia, o assassinato de seu pai... Converso com muita gente aqui mas volta e meia me perco em conversas que ouço e com o tempo me esqueço... Raimundo hoje é uma pessoa tranquila e vive bem ao lado de uma pessoa que o trata muito bem... Aquelas fases agitadas acho que ele superou...

Ricardo Reis disse...

Parabéns Netto, eu já havia pedido que você fizesse uma matéria sobre o Raimundo, excelente ser humano. Outros estão na fila de espera.
Abraços.

José Miranda Filho disse...

Encontrei-me por uns instantes, em Teresina, com o Raimundo, que estava acompanhado de uma mulher. Quem? Fiquei sem saber. Reside na Redenção (bairro, conjunto habitacional da zona sul). Trocou palavras comigo como qualquer pessoa muito normal. Nenhum esboço nem daqueles acenos que gostava de dar para a "plateia". Perguntado se ainda integra a banda de música Honório Bona, respondeu-me afirmativamente. É que eu, num dia passado em Campo Maior, no festejo, não o tinha visto tocando na "alvorada" do meio-dia.

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