sábado, 13 de agosto de 2011

Breve notícia familiar...


Meu avô materno se chamava José Horácio de Melo, nascido no lugar Campestre, município de Piracuruca, no dia 5 de agosto de 1893, e falecido em 13 de agosto de 1965. Era filho de Horácio Luiz de Melo e Antônia Quitéria de Carvalho. Horácio Luiz era filho de Antônio Luiz de Melo e Hygina Rosa de Menezes. Antônia Quitéria tinha como pais João Bartolomeu de Carvalho e Mariana Rosa de Carvalho. Eram do município de Piracuruca. Minha avó materna se chamava Maria Carlota, e era chamada de Paroara, dizem que por causa de sua tez alva e rosada como essa flor. Pertencia às famílias Sousa e Mendes, de Piracuruca. Morreu jovem, quando minha mãe tinha apenas onze anos de vida. Por essa razão, mamãe foi morar com sua tia, irmã de seu pai, Maria Cristina Lima de Melo. Com a morte desta, passou a morar com sua prima Mirozinha, minha madrinha, até casar-se com meu pai. Devo muito a essa madrinha, que me emprestava, através de meu pai, os livros da biblioteca do Grupo Escolar Valdivino Tito e os de seu próprio acervo. Mamãe não guardou traumas e nem mágoas de sua orfandade, e nem de ter morado com esses parentes. Pelo contrário, tinha uma quase veneração por sua tia e por sua prima, e lhes tinha uma devoção de filha e irmã. Quando falava delas, era sempre com saudade e respeito. Nunca tive paciência para empreender pesquisa histórica e muito menos  genealógica, que acho importante, mas um tanto tediosa, de modo que desejei fazer apenas um breve registro, para que meus descendentes e irmãos conheçam um pouco dos nossos ancestrais.


Meu pai, homem humilde, mas altivo a seu modo e no bom sentido da palavra, sempre foi avesso a empáfias e blasonarias de presumidas e pretensas nobiliarquias genealógicas, sabedor de que todos somos pó e de que ao pó da terra voltaremos. Só me falou, com mais detalhes, de nossos avoengos quando eu já tinha cinquenta anos de idade, por sinal em Piripiri, terra a que somos ligados por laços de sangue, no Auditório Osíris Neves de Melo, quando eu representava várias academias a que pertenço, a convite da professora Clea Rezende Neves de Melo, na solenidade em que foram lançados um livro dela e outro meu, o Lira dos Cinqüentanos. Meu pai, ainda bem moço, veio para Campo Maior, onde trabalhou na Casa Inglesa. Posteriormente, ingressou no antigo Departamento de Correios e Telégrafos - DCT, através de concurso público, no ano de 1958. No início de sua vida de casado e de servidor público, morou no povoado Papagaio, hoje cidade de Francinópolis, por cerca de dois anos. O DCT virou ECT, e meu pai terminou indo para Parnaíba, onde por vários anos chefiou a agência local dessa empresa. Mas, amante inveterado e incondicional de Campo Maior, terminou regressando mais uma vez a minha terra natal, onde, aposentado, pratica dominó todos os dias com os irmãos Vicente, Antônio Wilson e Chico Andrade. Minha mãe consagrou todo seu esforço e dedicação a cuidar do marido e dos filhos. E como cuidou!...

José Elmar de Mélo Carvalho nasceu em Campo Maior – PI, em 09/04/56. Poeta, cronista, contista e crítico literário. Juiz de Direito. Bacharel em Direito e em Administração de Empresas.

(*) Texto extraído do livro Diário Incontínuo, que venho publicando no meu blog www.poetaelmar.blogspot.com


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8 comentários:

José Miranda Filho disse...

Da junção do xexéu com o vagalume (olhem se pode!), brotou o canário. Piracuruca + Piripiri : Campo Maior. Esta é a origem do meu amigo poeta Zé Elmar.
Grande abraço.

Poeta Elmar Carvalho disse...

E mais Barras (do Marataoã), caro amigo Zé Miranda Filho, terra natal de meu pai e de meu avô paterno.

Simão Pedro disse...

Na rádio Bitorocara a voz do Altemar me desperta com a canção do “Meu Velho”.Inevitável a lembrança, hoje,véspera do dia dos pais.A canção me leva ao longe, despertando lembranças escondidas pelo tempo.Meu Pai, ah! Se entre nós estivesse... Lembro de dos seus sonhos, dos planos que fazia quando fosse se aposentar. Venderia a farmácia e compraria uma Cafuringa velha para a gente passear. A Cascata, nosso sítio, seria a nossa morada definitiva; levaria para lá mais duas vaquinhas pra num faltar para nós, leite mugido e qualhada. Ficava contente demais, ao ouvir os seus planos. Fechava os olhos e me via junto a ele, passeando na Cafuringa contornando o açude grande. Meu Deus eu ficava imaginando nós dois o dia inteiro naquele sítio abençoado, os mergulhos no riacho debaixo da cachoeira. Nós dois deitados numa rede de tucum, balançando sob a oca, e ele me fazendo cócegas até me matar de rir. Ouviria suas histórias e na hora do almoço, comeria junto com ele um ovinho estrelado misturado com farofa, um dos seu pratos principais.
O sonho dele, pra mim era uma certeza. Imaginava ele velhinho, e eu cuidando dele, até que Deus o levasse. Esse era o plano mais que perfeito idealizado por nós; Mas Deus tinha feito outro plano e não avisou para nós. Levou ele tão cedo, deixando em mim uma saudade que eu nunca pude matar. Tornei-me uma criança triste, tinha só sete anos, quando da sua partida. Chorei muito pelos cantos, acabrunhado, descontente, com uma raiva de Deus danada, não me conformava em perder ele tão cedo. Foi uma infância difícil, sofri muito pra aceitar, ainda hoje, confesso, a saudade me persegue, mesmo tendo a certeza que a morte não nos separa.
Velho, meu querido velho, que não vi envelhecer, nossos sonhos continuam eles não podem morrer. Outras romagens faremos, outras vidas viveremos a caminhada pra Deus é eterna. Velho, meu querido velho, agora eu entendo melhor os planos de Deus para nós, era impossível vivenciar tanto amor numa existência só.
A música ainda prossegue, são versos tristes e saudosos, relembrando os bons tempos que revivemos agora. Meu coração te abraça com a ternura de sempre, a criança frágil de ontem, meu Pai, ainda hoje te pede colo. Assim vou vivendo, ora sorrindo, ora chorando, caminhando e cantando os versos tristes do boêmio:

“... Eu vivo os dias de hoje
Em ti o passado lembra
Só a dor e o sofrimento
Tem sua história sem tempo
Velho, meu querido velho...”

Acrescento, até um dia meu Pai.

José Miranda Filho disse...

Virgem, caro Zé Elmar! Que bichinho bonitinho - de Barras - podemos inserir na sua origem? Não me ocorre nenhum, neste momento. Perdoe-me o lapso de memória; nem me lembrei de que seu querido pai é natural da Terra dos Governadores.
Por citar o doce nome de PAI, meus votos de feliz Dia dos Pais. Para você e o Simão Pedro (é pai, não é, Simão?), autor dessa comovente crônica sobre o seu Irmão (pai) Turuka, nosso dileto amigo.

O CRIADOR, não se conformando em ser apenas o Ártifice de todas as coisas, incluído o homem, fez-se PAI, segundo nos foi transmitido pelo Seu Filho Unigênito, JESUS CRISTO, como está escrito nas Escrituras Sagradas.
Portanto, entendemos que a PATERNIDADE é dom divino.
Feliz DIA DOS PAIS, no pleno convívio com os seus amados filhos, com a sua querida família!
São meus melhores votos a todos os pais bitorocarenses.
Grande abraço.

Simão Pedro disse...

Sou Pai do Simão Pedro( Segundo) e da Maria Clara amigo Zé Miranda,agradeço seu carinho e respeito. Um dia feliz pra você também.

Poeta Elmar Carvalho disse...

Caro Simão,
Tomei a liberdade de publicar seu comentário como uma crônica, que de fato ele é, no meu blog, como uma homengem a todos os pais, principalmente ao saudoso irmão Turuka, homem de bem e humanitário, além de notável intelectual, que publicava interessantes artigos e crônicas no jornal A Luta, cuja história ainda está por ser escrita.

Simão Pedro disse...

Agradeço ao amigo, a gentileza da homenagem,suas palavras sinceras me tocaram.A história dele, em breve será contada,venho ao longo dos anos reunindo,causos, fatos, documentos,ouvindo amigos e familiares.Não sei se vou contar direito, tenho lá minhas limitações,reconheço.Acredito que será de grande valia contar essa história que a maioria não conhece. Quando eu me sentir pronto, vou buscar sua ajuda, afinal foi você meu maior incentivador.Muito obrigado por tudo.

Antonio de Souza - De Cuiabá disse...

É sempre bom ver a intervenções do meritíssimo Elmar Carvalho. Como escreve fácil. Esse dom, aliás, era notório nessa grande figura, na época em que éramos colegas de classe, no glorioso Colégio Estadual, quando tínhamos um amigo comum e também um colega de sala de aula, o Otaviano do Vale, irmão do craque Augusto César, becão de primeira dos melhores times de Campo Maior.
Elmar já era um poeta, esse dom veio do berço. Hoje, se revela um grande magistrado. Eu bem que pensei em seguir o Direito, mas vi que não era minha praia, acabei "virando" jornalista. Grande abraço, dr. Elmar Carvalho.

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