terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Fantasma do Titanic - II

O FRIPISA em Campo Maior era administrado por uma diretoria que se compunha de: Diretor Geral; Diretor Comercial; Diretor Financeiro e Gerente Comercial. A manutenção de todo o seu maquinário e equipamentos era feita no próprio estabelecimento, sendo que, para cada setor existia um corpo técnico responsável. Toda sua produção era levada para Teresina e depois comercializada também para outros Estados. No seu auge abatia-se de 150 a 180 rêses por dia, além de criações (cabras e ovelhas), o abate de aves não proliferou, pois foi no início de sua decadência. O saldo positivo para Campo Maior deu-se, notadamente, com relação aos 140 empregos efetivos com carteira assinada e mais 140, ou mais, de empregos indiretos e os onipresentes empregados colocados por políticos. Total aproximado de 200 funcionários.
Com o tempo, o Estado sentiu a necessidade de privatizar a empresa, já que não estava dando os rendimentos esperados, quando foi então vendida para empresários do ramo que, mesmo empenhados no crescimento da empresa não tiveram êxito, sendo forçados a desistir do empreendimento e se mudarem para outros estados levando consigo todas as máquinas e equipamentos, ficando somente o prédio que serve apenas de lembrança e sua área externa para a pastagem de gado.
Todos os processos legais para sua falência foram tomados pelos seus diretores, inclusive os avisos prévios a todos os funcionários, 30 dias antes de sua falência e pagamento de seus direitos trabalhistas.
Em matéria do jornal A LUTA (1969) discute-se que o faraonismo da obra consumiu o capital para o investimento. Era pra ser um empreendimento voltado para grandes exportações, mas faltou dinheiro para a expansão do negócio. O Fripisa não comercializava em Campo Maior. A cidade só tinha o orgulho de ser sede do mais moderno frigorífico do Brasil na época.
Práticas de comodismo, cabide de empregos, estruturas monopolizantes e terreno propício à corrupção. Mais uma vez o estatismo ruía em algum lugar do mundo por sua inapetência e escancarada corrupção. Nas eleições municipais de 1996 o candidato a prefeito, Dr. Antônio Lustosa, prometeu a possibilidade de adaptar o terreno do FRIPISA para construir um Campo de Aviação. A candidatura venceu mas não conseguiu viabilizar o projeto do “aeroporto municipal”.
Mesmo privatizada a empresa não conseguiu empreender concorrência com a produção de Goiás e fechou a última porta em 1992. Hoje a estrutura predial (e que estrutura!) lembra um Titanic submerso num oceano de mistérios nunca esclarecidos, onde fazem pasto amistosamente, acreditem se quiser, fantasmas de peixe-boi e o ressureito boi-bumbá.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Agradeço por ter remetido estas reportagens sobre nossa querida CAMPO-MAIOR, relembrei muito bem das coisas e das pessoas. Parabenizo-lhe pela astucia e capacidade de apresnetar cada momento e em cada época. Fico feliz por saber que filhos de nossa terra, como você tem se destacado por esse mundo afora. Abraços Lima.

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