sábado, 1 de novembro de 2008

Zeferino Alves Neto

Pe. Mateus Cortez Rufino, foi nomeado como pároco de Campo Maior em 28/11/1941 e tomou posse em 30/11/1941 como amovível (suscetível de remoção). Em 05/02/1950 tomou posse como inamovível (irremovível, fixo). Durante sua gestão a expansão da paróquia de Santo Antônio foi muito expressiva e, a sua época, certamente, como pioneirismo, exigiu enomes sacrifícios, e por isso recebeu cooperação de outros padres nomeados para a freguesia de Santo Antônio. O Pe. Mateus nasceu em Ipiranga, no Piauí a 05/07/1915 e faleceu em Teresina a 22/10/1990. Filho de Joaquim Rufino da Silva e de Maria Cortez da Silva. Foi professor e diretor do Ginásio Santo Antônio, que ajudou a fundar. Fundador do Patronato Nossa Senhora de Lourdes e grande incentivador de confrarias religiosas. Duranteos 30 anos que passou como Vigário Colado de Campo Maior, cuidava tanto da parte espiritual como resolvia os mais diversos problemas dos seu paroquianos. Com coragem e determinação, no lugar da antiga igreja, com a ajuda da população, construiu a atual Catedral de Santo Antônio, cujas obras tiveram início em 04/08/1944 e término com a bênção solene de inauguração em 15/081962.

O ser humano

O irmão Turuka me contava uma história que talvez explique o estilo um tanto quanto implacável com que o venerando mestre Mateus tratou seus paroquianos nos primeiros anos de seu ministério nessa heróica terra dos carnaubais. Chegou num fim de tarde, magro e tímido, batina curta, desceu no ponto de parada do ônibus Zezé Paz que ficava na av. Zé Paulino, na mão uma pequena valise. Até aí tudo bem, mas não tinha ninguém lhe esperando, mal sinal. Quando se dirigia para a casa paroquial na praça Bona Primo, ouviu durante todo o percurso, sucessivos foguetes de assovio. Era o tipo de desfeita pior que se podia fazer a uma pessoa, nesse tempo, por aí. A razão disso? A escolha tinha desagradado à comunidade católica local, que queria a indicação de outro padre. Pe. Mateus começou seu apostolado e aos pouco tomou as rédeas de tudo. Construiu uma obra, templos, escolas, fez uma história, mas tudo com uma certa ira que explodia numa missa quando alguém lá ia mal vestido, desrespeitando a casa de Deus. Aí, fosse quem fosse, pobre ou rico, ele saia lá do altar onde rezava a missa e expulsava o pecador com uma ira que lembrava Jesus expulsando do templo os vendilhões. As mulheres eram suas maiores vítimas porque iam ou com uma blusa muito decotada ou uma manga muito curta. Como diretor do Ginásio Santo Antonio, por ele fundado, costumava exercitar os músculos desferindo tapas e puxarrancos de orelhas na molecada que ousava desafiar as rígidas regras de disciplinas ali impostas. Um dia deixou a cidade e foi nomeado diretor do Seminário em Teresina. Ficou uns anos por lá. Voltou outra pessoa. Nessa época me aproximei dele, me tornei até seu colega de trabalho quando dei aulas no ginásio, por pouco tempo. Um paizão, nem parecia aquela pessoa que me amedrontava quando comecei a estudar no ginásio em 59, com seus tapas e arrufos que aterrorizavam a molecada da época. Não sei se fiz bem contado essas coisas do jeito que fiz, a intenção foi a melhor possível porque não adianta a gente querer mitificar as pessoas como se elas santas fossem. Santo é outra história. Nós somos seres humanos, com nossos defeitos e qualidades e o que fazemos na vida, de bom e de ruim, é a nossa vida, a nossa contribuição, pequena que seja, pra que o mundo siga a sua marcha... Pe. Mateus era um ser humano com qualidades e defeitos como qualquer um de nós, só isso.

Fonte: Geração C. Maior - Reginaldo Lima
Foto: Museu do Paulo & Bitorocara+

NOVO!

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5 comentários:

Anônimo disse...

Esta foto aí acho que é da fase "avôzinho" do nosso querido Pe. Mateus. A mudança no forma como o Pe. Mateus se relacionava com as pessoas em Campo Maior tinha muito a ver como o grande arcebispo Dom Avelar Brandão. D. Avelar, que saiu de Teresina para ser Arcebispo Primaz do Brasil e chegou a ser até "papável", tinha grande amizade ao Pe. Mateus. Depois de tê-lo nomeado Reitor do Seminário de Teresina, nomeou-o Vigário Capitular da Diocese de Teresina. As últimas vezes que estive com o Pe. Mateus foi na sua residência em Teresina, na rua São Pedro, eu morava por ali, na Pires de Castro, se não engano, meados dos anos 70. Recebia-me como a um velho amigo, fazia gracejos sobre meu cabelo e invariavelmente nossa conversa girava sobre Campo Maior. Acho que essa foto da matéria é desse tempo. O fato de ser uma pessoa muito considerada e reconhecida pelo seus maiores hierárquicos, transformou Pe. Mateus numa pessoa doce e amigável. Humano, profundamente humano,como diria o alemão bigodudo. D. Avelar eu conheci pessoalmente na casa paroquial em Campo Maior, através do Pe. Mateus. Aquela figura enorme, estendia a mão enorme e eu confesso, fiz como todo mundo, beijei a mão do bispo, sem deixar de perceber o enorme anel de ouro no seu dedo. Humano, profundamente humano, também...

João de Deus Netto disse...

Notícia de última hora, Zan: a criança da foto é um dos filhos do Paulo, o fotógrafo. O Paulo era filho do Prof. Raimundinho; pai do Artur que nos cedeu o arquivo Museu do Paulo.

Anônimo disse...

Esse menino tem tudo pra ser mais um gênio campomaiorense que deve já estar dominando o mundo:neto do prof. Raimundinho, filho do Artur Sampaio e abençoado pelo Pe. Mateus...

Anônimo disse...

Ops, me enganei, o garoto não eh filho do Artur, eh filho do Paulo Andrade, filho do prof. Raimundinho. Eh a idade, a idade...

Anônimo disse...

Este menino é filho do Paulo Bona e meu,è Paulo Gustavo,hoje è advogado,casado e tem um filho.

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