segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

VALE A PENA LER...

A década de 1960 foi única. Alguns estilos musicais nasceram e outros se consolidaram. O mundo passou a pensar de modo diferente, a discutir questões e debater tabus. Foi a época da revolução sexual, da minissaia e de um período conturbado na política mundial: confrontos de estudantes com polícia na França; nos EUA, os gramados de Woodstock esparramados de sexo, LSD e Rock’n Roll. No Brasil, mordaça, prisões, torturas, assassinatos, e o “milagre brasileiro” com futebol e muita música. “Era uma brasa, mora...!” O movimento Jovem Guarda liderava dezenas de bandas, duplas e ídolos que deixavam a juventude em polvorosa. Os carros também faziam parte do agito da época com o estranho nome de “carango”.
As motos eram chamadas de motocas, vespa, lambreta e... xispa!
Não havia internet, Google, cable tv, Ipod, Orkut e muito menos, fax. Tínhamos que ir à biblioteca para fazermos pesquisas de colégio. Os discos, que eram chamados de "long-plays", tinham que ser virados para tocar as faixas do lado B. Não havia controle remoto e nem telefone sem fio. As camisas pólos eram chamadas de Ban-lon. As calças eram de Tergal e não amassavam e nem perdiam o vinco. Os carros só possuíam rádios AM (!) e eram Fuscas, DKVs ("Vemaguet" -foto) Dauphines, Gordinis, Aero Willis... E o elegante Simca Chambord, com mini rabo de peixe e sem ar-condicionado? Lidíssimo! Sol não causava câncer e camada de ozônio... era o que mesmo?
Camisinha era chamada de camisa de Vênus – e nome de uma banda também - numa época onde porra, pentelho e “dá nos gostos” eram palavrões.
Não havia refrigerantes Diet. Haviam os refrigerantes Crush, Guaraná champagne, as Colas e uma tal de Grapette ("quem bebe repete") , cuja principal característica era a de deixar a língua roxa quando o sabor era uva.
Brincava-se de pêra, uva ou maçã com as meninas. Pêra era aperto de mão; uva, abraço; maçã, beijo. Nunca comi a maçã. Maçã e uva só na cartilha "Caminho Suave" do” Ivo viu a uva da vovó”... “O que é uva, mamãe...?
Sexo para nós, meninos, só com aquelas revistinhas em quadrinho do Carlos Zéfiro, preto e branca, sem capa, sambada, encardida e amarrotada de tanto ser escondida e amada.
Até a próxima, com mais Anos 60!

João de Deus Netto - Designer gráfico, chargista, caricaturista, blogueiro do BitorocaraNews, JenipapoNews, e do Picinêz.

15 comentários:

Anônimo disse...

Lembro dessas revistinhas. A época era de censura braba e os inspiradores desenhos eram mesmos escondidos e passavam como uma dessas correntes, literamente de mão em mão. Não lembrava mais do desenhista dessa revistinha, mas tomei um susto quando li o Carlos Z...éfiro. Por causa do Z pensei no nosso ZAN.

Anônimo disse...

Irmão, só pelo fato de que não existiam a porcaria do axé, do forró boçal e desse outro estuprício que é a tal sertanejo 9sertanojo mesmo), já devia ser um alívio pra se curtir outras coisas de melhor gosto. Ia esquecendo, quem sabia ler, lia mesmo, daí o nível cultural ser lá nas alturas perto de tanta tecnolgia, tantas facilidades e o que se vê é a boçalidade e a idiotice se alastrando como um câncer e até como as drogas. Acham pouco e ainda querem que achemos que sujeito homosexual, bicha mesmo, é coisa normal. Lembra da música, para o mundo que eu quero descer?
Vem mais por aí, pode crer

Anônimo disse...

Rapaz, ser pederasta naquela época era uma missão das mais perigosa. Pena que o Fernandinho Viena não esteja mais no nosso meior pra dizer da tortura e ameaças que esses pobres coitados doentes mentais passavam. Agora liberou geral em nome duma tal de tolerãncia. Tolerância pra tudo em quanto, até pra quem mata estupra, rouba e fica por isso mesmo. Esta tal tolerãncia é invenção de gente sem vergonha aliadas a políticos que fingem ser tolerantes pra captar votos.

Anônimo disse...

Desse teatro ficou a inesquecível gincana entre o Ginásio Santo Antônio e o valoroso Colégio Estadual de Campo Maior. Amigos, o nível cultural da cidade foi mais alto do que a igreja de Santo Antônio.

Anônimo disse...

Já resgataram até o Fernandinho Viena, esse foi o maior pedófilo que Campo Maior teve...Não tem um menino de 10 à 15 anos que ele não tenha cantado nauquela época...E ele na hora do fulerage dizia assim...me arrete, me arrete, me faça mulher...pense numa fulerage???!!!

Anônimo disse...

O Sr. Vespa(siano)Ribeiro de Brito da loja de tecido em frente da atual prefeitura, onde hoje é uma farmácia, tinha um Aero Wilys vermelho lindo, lindo. O Luiz Bodão apareceu com uma Vemaguet dessa. Lambreta, Vespa e Xispa era com o Zacariinha filho do dono cinema, Sr. Zacarias, o Chiquito Monteiro, ex jogador do Comercial,... completem!
Guitarra era com Os Jovens e Os Amantes (local, Os Brasinhas, Metralhas, Sambrasa, Bec Boys (Teresina), Ivanildo (de Fortaleza), The Clevers (do Rio),
Los Amantes del Caribe (boleros, salsa, merengues) viajando pelo mundo. Os Palcos desses gostosos ambientes eram o Campo Maior Clube, Grêmio Recreativo de Campo Maior, Iate Clube Laguna e AABB, bem depois. Ah, na Zabelona também tinha uns bailes de vez em quando... Mais isso aí é com o Zan e seus perceiros da época de ouro em Campo Maior. No Carriri, também tinha festa, assim como nos arredores e como os famosos arrasta pés, forrós (MESMO!)Bons tempos aqueles.
Foi do que me lembrei por enquanto.

Anônimo disse...

Nessa épooca eu tinha recém voltado da minha primeira aventura pelo mundo. Foi quando encontrei o irmão Turuka e sua farmácia com uma estante de livros espíritas. Encostei, pedi um livro emprestado e quando lhe disse quem era, tomou um susto, era o ano de 66. Trabalhei dois anos com ele e convivi com aquela grande alma por mais dois, até quando ele morreu em 1970. Lembro que nessa época apareceram uns cabeludos do Rio de Janeiro, parente de alguma família tradicional da cidade, que foram objetos a ira de quem não gostava de cabeludos, na forma de pedradas. Escândalo. Eu via o mundo passar ali do balcão da farmácia do irmão Turuka, lendo a revista Realidade, que religiosamente devorávamos todo mês. Turuka não era exatamente fã de cabeludos e meio que obrigou seu querido filho Paulo Andrade e aparar sua basta cabeleira preta. Paulo não fez exatamente o que queria o seu pai, aparando apenas as pontas, como se diz. Desfecho da ópera. Paulo não gostou da reação do pai e mandou raspar a cabeça a zero. Coisas de jovem.

Anônimo disse...

O Fernando Wiener (acho que é assim que ele assinava um jornal mural escrito à mão que pregava numa figueira ali esquina da praça Rui Barbosa, no cruzamento das ruas sen. José Euzébio e Capitão Manoel Oliviera, chamado "O Carnaúba", aos domingos) foi o primeiro homossexual assumido na cidade de Campo Maior, ainda nos anos 50 (tou falando do que sei e lembro). Não me consta que ele sofria algum tipo de constrangimento ou repressão por parte das pessoas na cidade, pelo fato de ser pederasta, talvez porque fosse agregado da então poderosa família Pacheco e ser uma pessoa extremamente simpática e cordial (saudando todo mundo com quem cruzava com um bordão "Alô!Alô!", que terminou sendo usado com sinônimo de viadagem, acrescido do adjetivo "qualira"). A questão do assédio aos jovens que aliciava pra se relacionar é delicada, mas não tinha na época a conotação nem era vista na cidade como pedofilia. Ele se relacionava com adolescentes na faixa de 15, 16e até mais velhos, pelo que eu sei e pagava por isso. Esses garotos eram o que na gíria gay se chama de "michê". Isso não era, naquela época, aqui na cidade, visto como algo escandaloso. Escândalo nessa área foi quando pessoas de famílias tradicionais se envolveram em situações de homossexualismo explícito, mas acho que isso não deve ser explorado nem exposto de forma ofensiva ou depreciativa, em respeito ao que a sociedade conseguiu evoluir em matéria de reconhecer os direitos de quem opte por uma forma de sexualidade fora dos padrões ditos normais e não esconda isso...

Anônimo disse...

Agora sim, eu sei porque um tio meu se referia a um vizinho. Ele dizia, fulano de tal parece que é Alhô (com H mesmo). O Zan esclareceu que era a saudação que o Fernandinho fazia para as pessoas. Então meu tio pra afrescalho mais ainda com o tal Alhô. Ainda bem que agora temos este Blog pra contar de tudo em quanto dos nosso personagens do passado e tomara que voC~es não esqueçam do presente.
Muito obrigada.

Anônimo disse...

Fernando Wiener era uma pessoa tão assimilada pela sociedade campomaiorense de sua época que, pelo que eu fiquei sabendo de fonte idônea ontem ali enquanto mordia um cafezinho com bolo na padaria da esquina (vou confirmar isso com outras fontes igualmente), numa reunião dos fundadores do Caiçara, entre os quais se incluia meu pai, Oscar Duarte, depois de várias sugestões de nomes para o clube alvi-rubro, Santo Antonio, Jenipapo, Carnaúba, escolheram o nome de Caiçara. Quem foi o autor dessa sugestão? Fernando Wiener, sob os aplausos entusiastas de todos os presentes, Francisco José Caraca, João Maria, Chico Barros, enfim toda a velha guarda caiçarina. Agora, comercialinos e caiçarinos, se engalfinhem inutilmente sobre o significado esotérico e metafísico dessa escolha...

Anônimo disse...

Fernando Wiener também era irmão de umas das melhores doceiras, quituteiras, boleiras que Campo Maior já conheceu: Da. Amélia Preta. Minha mãe era freguesa dela, me mandava lá com a encomenda de bolos e doces e eu mesmo me encarregava de levar a encomenda quando pronta, até o dia me "esqueci" de voltar pra casa com os quitutes (era um menino véi viciado em guloseimas - magro que tinha até medo duma ventania mais forte, só não comia comia de almoço e janta, comi o saco de bolo e nunca mais fiz o serviço pra minha mãe...) A casa dessa gente ficava ali na Av. Vicente Pacheco em frente ao sobrado onde morou Zizi Vera, do lado da casa do Zezé, popularíssimo também entre a garotada porque era o homem da carrocinha de pipoca.

Anônimo disse...

Meu Deus, parece que estou vendo como era a vida na nossa Campo Maior. Quanta gente boa, quantos casos maravilhoso tem neste blog através das matérias e dos relatos do ZAN. Gente façam como eu, estou divulgando o Bitorocara pra todos os meus contatos e pedindo pra estes passarem pra frente. Tem muitos campomaiorense espalhados pelo mundo e carentes do conforto das lembranças da nossa cidade.
Obrigado pra todos.

Anônimo disse...

Zan, sabe onde tem uma ruma de caiçarinos? Em Santa Catarina. É assim que são chamados os pescadores do litoral, CAIÇARAS

Anônimo disse...

Essa eu vou contar pro Zeca do "seu Pedro" e pro Luisinho Godô...

Anônimo disse...

Falar no Zeca do "seu" Pedo, conhecido também como José Epifânio, caiçarino até morrer, é um dos mais assíduos frequentadores do point de coversa fiada mais concorrido da cidade. Na praça da Prefeitura, ao lado do ponto de taxi, em frente à antiga Casa Marc Jacob. Zeca tem me contado cada estória de arrepiar. Um dia conto algumas dessas. As contáveis...

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