sábado, 21 de fevereiro de 2009

BATALHA DO JENIPAPO


Acélio Correia "reproduz"


A guerra da Independência foi iniciada antes do Grito do Ipiranga. A jornada teve episódios bélicos de grandes dimensões, como os da batalha de Pirajá, na Bahia, na qual o Governador Inácio Luis Madeira de Melo foi derrotado pelo exército nacional de sete mil homens comandados pelo General francês Pedro Labatut (leia o perfil). A luta mais sangrenta ocorreu na batalha do Jenipapo, no Piauí, onde as forças leais a Pedro I enfrentaram o comandante de armas português João José da Cunha Fidié.
Qual foi a maior batalha da Independência: a de Pirajá, na Bahia, ou a do Jenipapo, no Piauí? Como o Sr. demonstra que ganhamos a primeira e perdemos a segunda? São pouco precisas e escassas, e em alguns pontos discrepantes, as informações sobre as forças em confronto nas duas batalhas. No entanto, cotejando dados de várias fontes de informação, pode-se dizer, de forma aproximada, mas com razoável grau de certeza, que a batalha de Pirajá movimentou quase 4 mil homens, e a do Jenipapo um pouco mais do que esse valor. O historiador José Honório Rodrigues não hesitou em afirmar que a batalha do Jenipapo “nada deve à de Pirajá” e que foi “a maior de todas da história da guerra da Independência”. Os “independentistas” ganharam a batalha de Pirajá, uma vez que a força atacante portuguesa foi rechaçada após sofrer um grande número de perdas. Com a derrota, a situação de Madeira se tornou mais crítica. A capacidade de luta dos portugueses se deteriora. A iniciativa de ataque português resulta em benefício dos patriotas. Confirma o isolamento logístico e fecha o leque de alternativas de ação possíveis para Madeira. Aumenta o desequilíbrio estratégico a favor dos sitiantes. Quanto à batalha no leito seco do Rio Jenipapo, a vitória de Fidié, governador das armas do Piauí, é indiscutível. Embora com um menor número de homens, a tropa do Governador das Armas, mais bem armada, disciplinada e contando com a experiência do chefe, impõe-se à dos “independentistas”. Fidié desbarata as fileiras inimigas. Suas perdas são bastante reduzidas se comparadas às do adversário. Mantém a iniciativa das ações, pode prosseguir na ofensiva. Mas, apesar de tudo – vale a pena aqui assinalar – ele se retira para o território maranhense alguns dias depois da batalha. Retrai-se ao invés de avançar. Se o sentimento de independência se propaga, se a sedição se espalha, como poderia garantir a vontade de Lisboa na província? Sem o apoio político das vilas e arraiais seria inevitável que a superioridade militar de que desfruta se degradasse em pouco tempo. A erosão da base política e social das forças fiéis a Lisboa, levando, por fim, ao estrangulamento logístico dessas forças, explica o contraste entre a vitória de Fidié no Jenipapo e o desenlace final da luta, com a vitória dos emancipacionistas, no Piauí e Maranhão". Trecho de entrevista concedida à Revista Bonifácio pelo historiador Fernando Diegues (almirante da Marinha Brasileira). O entrevistado é autor do livro "A Revolução Brasílica – O Projeto Político e a Estratégia da Independência"(Editora Objetiva), no qual refuta de vez o mito de que a Independência do Brasil foi um “desquite amigável” de Portugal.

Foto: http://www.teresinapanoramica.com/

13 comentários:

Anônimo disse...

Que bela foto; condiz com a matéria que o Acélio "reproduziu" neste também belo blog Bitorocara +. Parabéns para nós, pelo blog e pelo povo que temos.

Anônimo disse...

Uma coisa que me deixa intrigado é que, acredito, os invernos eram muito mais regulares do que agora; mesmo que tivesse uns mais fracos que os outros. A maioria das pessoas que escrevem pra este Bitorocara blog, deve ter alcançado o rio Pintadas, Longá, Longazinho, buraco do Capitão, açude Estrela, Surubim todos transbordando no mês de maio. Estou falando de outro dia, se comparado com o ano da batalha. Pois bem, justamente neste dia, o Fidié evocou a figura de Moisés, abriu o Rio Jenipapo, passou com suas tropas e fez o que bem quis com nossos valentes, "desarmados" e patriotas guerreiros.
Isso tem tudo pra ter sido coisa do El Niño, ou do La Niña, como queiram. Só pode ter sido!

Anônimo disse...

Como está lá no Teresina Panorâmica, uma batalha em que ambos os exércitos se retiram sem que um tome posse das armas do outro ou faça dos soldados inimigos prisioneiros não pode ser considerada vencida por alguém. O fato é que o exército regular de Fidié, bem-armado e bem treinado, não conseguiu vencer a resistência dos sertanejos piauienses, cearenses e maranhenses. Obviamente que houve mais baixas do lado dos libertários, mas, expulsar o inimigo de seu território não é vitória?

PS: Netto, nas próximas, credita as fotos pro TP, com o link? ;o)

Anônimo disse...

Concordo com Sérgio Viana. Na verdade, Fidié e os seus soldados, saíram de Campo Maior com espírito de derrota, e com o seu potencial bélico enfraquecido, tanto que não resistiram ao cerco no Maranhão. Quem venceu, foi o povo brasileiro.

Anônimo disse...

Guerrilha é guerrilha. Porque é que os dominadores do mundo teem medo de guerrilha. Fidié sucumbiu nas táticas dos guerrilheiros do Jenipapo. E muito bem por aparecer o "copirraite" 'REPRODUZIU'.É assim que se tira o da gente da 'reta'.

Anônimo disse...

Acélio, essa coisa de "reproduziu" não faz sentido. Esses acontecimentos estão dispostos em todas as boas bibliotecas do mundo e já são de DOMÍNIO PÚBLICO! Ninguém criou essas coisas como se fossem roteiros de filmes! Aliás, toda vez que quer se inventar a história, dá em merda. É preciso equilíbrio; bom senso. O Mel Gibson, por exemplo, veio lá da Austrália e admitiu que fez do jeito dele a história dos Aztecas, no México. Se for contar quantos contadores de histórias já cairam nesta esparrela... E depois, pra mexer na história, tem que se fazer pesquisa de verdade, ganhar o mundo, e não sentar a bunda em carteira de universidadezinhas espalhadas pelos cantões do Brasil, se valendo de que fez mestrado à distância e por encomenda na já manjada fábrica de "doutores". Continuemos então, a dar credibilidade aos verdadeiros historiadores, Pe Cláudio e Monsenhor Chaves. Em tempo, João de Deus, do Blog, ZAN, Elmar e outros: aí no Piauí tem um professor, e, também, advogado, que merece toda a credibilidade quando se trata de história do Piauí; o competente cidadão Paulo Couto Machado, com toda a humildade que Deus lhe deu, está sempre pronto a te esclarecer com o que estiver nos neurõnios e no vasto arquivo batalhado ao longo de quase 40 anos. O resto são as Claudetes e estes anônimos da vida; estrelismo provinciano.

Anônimo disse...

Sabe de quem é a culpa disso também? É da igreja e dos amigos dos padres que ao longo dos séculos inventaram um monte de história de trancoso ao seu bel prazer, puxando mandubé pra brasa deles. E aí aparecia até casos de assombração pra disvirtuar a verdadeira e escassa história. Quem não se lembra da história da estátua do Sto. Antônio que foi achada na beira do Surubim, levada pra igreja e que ela voltava sozinha, caminhando de novo pra beira do rio? Vê se cabe no juizo de algum cristão? Depois descobrimos que essa história a igreja católica contava em toda as paróquias espalhadas pelo Brasil todo. A estátua da Aparecida lá em S. Paulo também foi achada na beira do Rio Paraíba lá de Guaratinguetá. Agora danou, todo santo era pescador e as santas sereias movida por controle remoto. Naquela época? Vão enganar
outro.

Anônimo disse...

Miltom por favor nos explique a diferença entre o que vc mesmo chama de "CONTADORES DE HISTÓRIAS" versus PESQUISAS DE HISTÓRIA. Existe um adágio( ADÁGIO sim é de domínio público) que não se CONTA HISTÓRIAS SE SIM ESTÓRIAS.

Anônimo disse...

ISSO MESMO FLORÊNCIO P´ROVA DISSO É QUE O MILTON AÍ TÁ DIZENDO QUE FALA DE "VERDADEIROS HISTORIADORES" MONS.CHAVES E O PADRE CLÁUDIO ( MILTON VEJA AÍ COMO ELES SÃO DA IGREJA CATÓLICA ) É VERDADE FLORÊNCIO TAL IGREJA (EU SOU CATÓLICO) MAS SEI QUE ELA MANIPULAVA AS "HISTÓRIAS" PARA SEMPRE SE AUTOHISTORIAR.SOU FORMADO EM HISTÓRIA E SEI QUE OS TRABALHOS DE CHAVES E MELO SÃO VÁLIDOS, MAS COM ESSA RESSALVA : QUE ELES ERAM DO CLERO, E O CLERO ERA QUEM FORMAVA/CATALAGAVA/INVENTAVA/PLANEJAVA AS FONTES E ARQUIVOS A SEU BEL-PRAZER. JOÃO EVARISTO TOAPANTA

Anônimo disse...

OS 'AMIGOS DOS PADRES', COMO DIZ O FLORÊNCIO ERAM AS ELITES QUE SEMPRE SE AUTO-HISTORIAVAM COMO OS CASTELLOS BRANCOS E ETC.

Anônimo disse...

Miltom vc já leiu a Lei do Domínio Público?

Anônimo disse...

Florêncio , cara tú so pode ser formado em História, tú dizeu tudim, rapaiz!!!!!!!

Asa Branca disse...

sou diretor de um blog aqui em Esperantina e fiquei encantado com esse blog, vou pedir a permissão desde já, para puder usar a foto caricatura de Leonardo das Dores, pois acontece que tenho q fazer uma matéria sobre ele e as fotos q tenho não são de boa qualidade.o meu blog é vereadorregyscarvalho.blogspot.com..abcs

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