domingo, 17 de maio de 2009

O letreiro na parede parecia um carimbo num “atestado de eternidade”, no entanto, o mais novo no velho hotel do seu Miguelin, era uma pequena placa de acrílico, última novidade da tecnologia de 40 anos atrás. (João de Deus Netto)

PERDA DE NEURÔNIO

Andando pela praça Rui Barbosa, era impossível não olhar pro velho e carcomido Novo Hotel, de belas lembranças da Petisqueira onde gerações de campomaiorenses merendaram ou encheram a cara, cujo prédio de novo só tinha o nome. Começou a desmoronar pela parte de trás, que dá praquela ruela que vai da praça até à outra praça, a José Miranda, indo até à praça do Teatro. Desde que cheguei aqui percebi que o tombo seria iminente. Uma amiga me dizia que “só ainda não caiu porque as paredes são muito grossas”. Que nada. Começou a vir a baixo quando a chuva castigou. Só deu tempo do pessoal juntar o que tinha dentro e sair pra não sei onde. Nas ruas próximas - Senador José Euzébio e Santo Antonio -, há outros prédios com as ripas e carnaúbas já estalando ou já caindo em parte. É a decadência física de parte do velho centro de nossa cidade. (Zan)

10 comentários:

Ricardo Reis disse...

Realmente, são velhas lembranças, que agora se renovaram, ao ver essa fotografia do Novo Hotel. A casa em que morávamos, ainda existe, e fica ao lado do hotel. Morei lá, até completar oito anos de idade. Passava parte do dia, brincando na praça Rui Barbosa e no hotel, onde era sempre muito bem recebido por seu Miguelzinho e dona Celestina, pessoas adoráveis. Mesmo depois da mudança, sempre voltava por lá. A Praça Rui Barbosa era, na época, o local mais frequentado da cidade, por causa da Petisqueira, do Bar Eldorado e dos atrativos da praça, onde os jovens se encontravam para conversar, namorar, ou simplesmente ver a banda tocar. Bem que podiam revitalizar a praça, recuperando o seu formato original e, semanalmente, levar a banda para tocar uma boa música. Agradaria aos saudosistas, aqui me incluo, e ajudaria a educar os nossos jovens, mostrando-lhes coisas boas, como por exemplo, a congregação das famílias, que com certeza, apoiariam uma iniciativa desse tipo. Um empresário da cidade poderia resgatar o hotel e sua história. É um sonho, eu sei, todavia, no mundo em que vivemos, não podemos abrir mão de sonhar, sonhos bons, pois se isso acontecer, a vida realmente se transforma em pesadelo. Que o Pai Celestial ilumine sempre, seu Miguelzinho, dona Celestina e todos os seus familiares. Um grande abraço a todos.

Judilão disse...

E tu ainda diz que só tem 55 anos né Ricardin baixim...
É o novo...
Oh monizim antigo, eu acho que foi tu quem avistou as caravelas de Cabral...
O Zan tava junto contigo...
Ramu simbora negrada...
O Joel me disse uma vez no Rio de Janeiro que voces são da mesma idade, e o Joel já ta com 55 anos...

Anônimo disse...

Ilustrando o cenário e lembranças passada: Bar do Décio, da Petisqueira, Bar do Vela Branca, próximo dali o resto do Roxinha....

La foi palco de corsos carnavalescos onde valentões como meu tio Tarcisio sempre aprontava por la.

Simão Pedro disse...

O espaço do Novo Hotel já foi sede da escola primária Valdivino Tito, na década de 20, um dos alunos desta escola foi o saudoso Irmão Turuka e suas irmãs Irene e Yvette Andrade. Antes do Novo Hotel funcionou também ali a Pensão da Dona Olinda,avó do César Melo.Bem, essa história me foi contada,não estava lá e nem lembro da última encarnação.Lembro bem da figura calma e respeitosa do Sr. Miguelzinho, desencarnado, está na Pátria espiritual já algum tempo, sua esposa, Dona Celestina, ainda vive e reside em Teresina, com uma filha.

zan disse...

Uma das coisas que mais me entristece aqui em Campo Maior é passar à noite por ali por aquele pedaço que vai do antigo bar do décio bastos, indo pra rua santo antonio, tá tudo derruindo ou modificado, pequenos restaurantes de dia, oficina de lanternagem, na esquina da santo antonio com a capitão manoel oliveira, pra onde se olha é desolação, onde era o antigo bar do mestre carneiro, por exemplo, é paredes caídas e mato, é um dos trechos mais deteriorado daquele centrinho ali... Quem não vê aquilo ali há mais de 40 anos, não reconhece o que foi...

Maria José Carvalho Coelho disse...

"Velhos tempos, belos dias..." Esse blog é tudo de bom! Andei muito às avesas, na praça (homens por fora mulheres por dentro) num constante vai e vem frenético. Praça de muitas cores, amores e sabores. O hotel e o bar do Décio na esquina reverenciava os futuros amados amantes. Cada rodada era um flesh, digo, olhada! Muito bom reviver esse tempo. Obrigada Neto por proporcionar esse momento ímpar para nós campomaioreses que estamos distantes de nossa amada Campo Maior.

João Denis disse...

O ex-novo hotel foi "tombado" por um trator com a logomarca da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Gabriel dos Anjos disse...

Booom, Denis, legal demais. Mas aí se o trator da prefeitura não tirasse o entulho da velhice abandonada, aposto que você teria outra legal como essa.

zan disse...

Os prédios velhos que estavam tombando, estão sendo demolidos e os donos dos terrenos estão murando; fizeram isso com o Novo Hotel e com aqueles prédios onde ficava o antigo Bar do Comércio , do Mestre Carneiro, na rua Santo Antonio... Mas o que o pessoal de fora vai estranhar mesmo são os monstrengos de burracha que ocupam o espaço da Praça Rui Barbosa, tobogans e camas elásticas, brinquedos que fazerm a alegria da criançada... O pessoal daqui que está fora vai achar horrível... Como é que vai lembrar o tempo da mocidade, namorando por ali, se encontrando ali pra ir ao cinema, ao clube?

Anônimo disse...

Dona Celestina do Novo Hotel é minha tia. Meu falecido pai, José Walter, era proprietário da Pestisqueira. E Décio Bastos era meu padrinho de batismo. Com muito orgulho!!!

Cabeh

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...