sábado, 1 de agosto de 2009

IRACEMA SANTOS - I

" Quando nasci, minha primeira visita foi minha avó paterna ela colocou na minha mãozinha um cartão escrito o meu nome: Iracema! E exclamou: “mas que negrinha dos dedos longos! Já se vê que vai ser uma parteira!”. Minha mãe contava para seus amigos e eu, quando tomei entendimento, acalentei essa idéia.
No ano de 1940 assisti o Dr.Sigefredo Pacheco fazer um fórceps* em uma prima minha e falei a ele que gostaria de ser uma parteira e por várias vezes até sonhei.
Em 1943, a 20 de agosto, comecei a trabalhar no consultório do Dr. Sigefredo.
No dia 31, do mesmo ano, em domicílio, assisti o primeiro parto, de dona Maria do Livramento Souza. Trabalhei nessa clínica até o fim de 1951, quando fui premiada com uma bolsa pelo FISI - Fundo Internacional de Socorro à Infância – na Maternidade Marques Bastos, em Parnaíba [PI]. A essas alturas, como parteira leiga, havia assistido 500 partos. No término do curso tive vitória, galgando o 1º lugar!
Trabalhei também no Hospital Regional São Vicente de Paulo; SAMDU (admissão por concurso) e na Maternidade Sigefredo Pacheco, onde fiz o primeiro parto realizado pela instituição, da paciente Sra. Altair Lima (Tatá), quando da inauguração".

* Fórceps É o parto via vaginal (parto normal) no qual se utiliza um instrumento cirúrgico semelhante a uma colher, que é colocado no canal genital da mulher, ajustando-se nos lados da cabeça do bebê para ajudar o obstetra a retirá-lo do canal de parto em casos de emergência ou sofrimento fetal.

Fotos gentilmente cedidas pela família da dona Irá.
Testemunho escrito de próprio punho, com assistência de Zeferino Zan, autor de um vídeo feito em parceria com o Jônatas, filho da nossa Iracema L. C. Santos, carinhosamente conhecida por Dona Irá.

4 comentários:

zan disse...

D. Irá é um patrimônio vivo de dignidade. Fizemos, eu, Augusto Filho e Jônatas Araújo, uma entrevista que durou meia hora com ela, para um projeto de registro de depoimentos de pessoas de terceira idade aqui, que já tem cinco entrevistas feitas e algumas angendadas para os próximos dias. Fizemos um projeto para o Bnb Cultural e contamos contar com os recursos para colocar o material gravado em dvd, cd e livro, nas mãos da comunidade ano que vem. D. Irá falou pouco mais de meia hora, mas o manuscrito que eu digitalizei aqui e mandei para o Netto realmente é mais eloquente do que sua entrevista, um registro de próprio punho. E´um testemunho de desprendimento e humildade que eu não vi muito em outro ser humano ao longo de minha vida. Parabéns pra nós que conhecemos D. Irá pessoalmente ou aqui pelo blog.

Anônimo disse...

O nome do primeiro bebê que veio ao mundo pelas mãos da dona Irá é Jailton filho da dona Altair que mora lá na rua do sol, ela é filha do seu Dideus e da dona Cãndida, portanto tia do Netto desse blog aqui.

Maria Rita disse...

Quem pode me tirar essa dúviada. A dona Irá é que mesmo da Doruilsson e do Joaquizim ? Nunca mais soube notícias desses dois.
A dona Irá é uma pessoa que precisava ser resgatada para não se cumpir mais uma injustiça. Campo Maior não foi feita só por Andrades, Bonas, Portelas ou Castelo Branco. Se duvidadr, metade dessas pessoas dessas famílias vieram a o mundo pelas mãos da serva de Deus dona Irá.Que Deus te abençoe, Irá.
Parabéns aos que fazem este blog e principalmente ao filho do Zédideus e da Laíde, Nettinho de Deus.

Heloisa disse...

Essa candura no olhar só pode ser de alguém que ajudou a trazer tantas vidas para este mundo com tanta dedicação e por ser uma serva de Deus.

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